Por unanimidade o Conselho da Cidade de Los Angeles votou pela proibição de novos poços de petróleo e gás na cidade e, eventualmente, fechar os existentes, parte da tendência na eliminação do petróleo na Califórnia. As autoridades consideraram a medida necessária para proteger a saúde dos residentes que vivem perto de poços de petróleo e conter as mudanças climáticas, no foco da atingir 100% de energia livre de carbono até 2035. Los Angeles é um dos locais de maior perfuração petrolífera no estado, ao lado do Condado de Kern, no Vale Central da Califórnia. A legislatura da Califórnia votou em setembro a proibição de novos poços de petróleo perto de casas, escolas, parques ou locais sensíveis, ao passo que o Conselho de Recursos Aéreos divulgou “Plano de Escopo” atualizado, estabelecendo ommdo de atingir a neutralidade de carbono em 2045. Identifica queda no consumo de petróleo de 94 % até 2040, além de eliminar o uso de gás natural em edifícios, medidas em consideração pelos demais governos da Califórnia. Uma associação de perfuradores de petróleo criticou a proibição avisando que o consumo de petróleo na Califórnia não está caindo, que “cada barril que não produzimos trazemos de um país estrangeiro. Estão apenas movendo para aumentar as importações do estrangeiro em nossos portos lotados”. A votação do conselho aprovou ainda compromisso na transição dos petroleiros, cuja estimativa do Occidental College. que 31 mil trabalhadores ganhem entre US$ 95 mil e US$ 105 mil anualmente. O conselho classificou a nova proibição do poço de petróleo como passo para ajudar comunidades com moradores de cor e renda mais baixa, já que os campos de petróleo estão localizados perto desses bairros.
Estudos de mais de 2 décadas demonstram relação entre clima e dinâmica de doenças como cólera, malária e dengue e com as mudanças no clima, aparecem tendências do aquecimento de longo prazo e variabilidade de curto prazo afetando padrões de doenças. O ecologista computacional especialista em dinâmica climática do Instituto de Saúde Global de Barcelona e da Instituição Catalã de Pesquisa e Estudos Avançados na Espanha, explica que o clima impacta no surgimento e disseminação de doenças com efeitos em cascata no ecossistema afetando a probabilidade de transbordamentos zoonóticos, nos quais os patógenos saltam de um hospedeiro animal aos humanos. À medida que o clima muda, a propagação e intensidade dos surtos de doenças mostram efeitos diversos e, com mudanças na temperatura e precipitação modificam na distribuição e dinâmica das doenças zoonóticas e transmitidas por vetores. Com as ferramentas atuais, é possível, prever condições climáticas na próxima estação, no próximo verão ou no futuro, com eventos do El Niño previstos com até dois anos de antecedência e, com meses de antecedência se haverá estação chuvosa anômala em um país e se afetará a incidência de doenças permitindo autoridades anteciparem e planejarem resposta. Tanto mudança climática quanto epidemiologia de doenças infecciosas são sistemas complexos e, atualmente, a interdisciplinaridade é mais falada que vista com dificuldades em atrair financiamento à projetos e oportunidades de publicar em periódicos estabelecidos.
Moral da Nota: milhões de kms de rios norte americanos melhoraram no meio século pós a Lei da Água Limpa, no entanto, mudanças climáticas e poluição representam ameaças. Por mais de um século, os 3,5 milhões de kms de rios dos EUA foram tratados como esgotos a céu aberto e latas de lixo, deixando-os embebidos em óleo, tinta, fertilizante, fezes e dejetos. Os incêndios no lixo ribeirinho foram considerados custo aceitável da indústria, sinal de empregos abundantes e crescimento econômico com a crença que “a diluição era solução à poluição”, significando que cursos de água tinham capacidade infinita de absorver resíduos e jogá-los fora. Na década de 1960 a percepção crescente que as hidrovias estavam em crise, inutilizáveis à água potável e tóxicas à vida selvagem e, para enfrentar o problema, o Congresso promulgou a Lei da Água Limpa, CWA. Com o objetivo de permitir que rios se tornem aptos a nadar, pescar e beber, a legislação tornou ilegal o lançamento de poluentes em cursos d'água sem obter uma licença e embora a lei tenha resultado em hidrovias mais limpas, há muita despoluição pela frente, no entanto, a poluição chega a córregos, rios e lagos de fontes não cobertas pelo CWA como escoamento urbano e agrícola.
Nota rápida: onda de calor leva a Argentina às temperaturas mais altas do planeta, que 15 das 23 províncias tem alerta amarelo, Buenos Aires, o norte de San Luis e o sul de La Rioja, alerta vermelho, perigo à saúde. A onda de calor iguala a Austrália, com máximas ultrapassando 45 º C, sendo que a Argentina registrou picos mais altos em Comodoro Rivadavia no sul do país, 46ºC, e Santiago del Estero no norte 44,7 ºC, dados, da OMM coletados pelo Metsul, serviço meteorológico brasileiro.