A Alemanha inaugura a primeira linha ferroviária do mundo exclusivamente movida a hidrogênio, passo à descarbonização das ferrovias, com 14 vagões construídos pela Alstom circulando na Baixa Saxônia. A tecnologia em questão substituirá o diesel que alimenta 20% das viagens de trem na Alemanha, sendo que a nova frota que custou 93 milhões de euros, evitará a geração de "4.400 toneladas de CO2/ano, segundo o operador de rede regional. A ferrovia está em testes desde de 2018 com a circulação de dois trens a hidrogênio,aguardando inauguração de outras ligações ferroviárias através da assinatura pela Alstom de contratos na Alemanha, França e Itália. Só na Alemanha "entre 2.500 e 3 mil trens a diesel devem ser substituídos por hidrogênio", segundo o gestor de projeto na Alstom, particularmente relevantes à pequenas linhas regionais, onde o custo de transição à energia elétrica é elevado comparado a rentabilidade da ligação.O plano é que a frota tenha 14 trens de hidrogênio substituindo 15 trens atuais movidos a diesel, segundo a operadora, as locomotivas usadas atualmente lançam na atmosfera 4.400 toneladas de CO2/ano.
Em paralelo, o governo alemão se acerta com o Canadá no fornecimento de hidrogênio ao assinar acordo na província de Terra Nova e Labrador, de onde partirão navios com hidrogênio em 2025. O Canadá está na primeira linha na produção do "hidrogênio verde", além de Portugal com a proposta alemã de construção do gasoduto com origem no Porto de Sines atravessando a Europa Ocidental. Além disso o Japão também aposta com hidrogênio verde na transição energética, produzindo em Kobe calor e eletricidade à um hospital, um centro desportivo e ferrovia, iniciativa à chamada 'sociedade do hidrogênio'. Foi o primeiro país com estratégia ao hidrogênio iniciado em 2017, visando reduzir emissões em 46% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono em 2050.
Moral da Nota: a conta, no entanto, não parece simples pois o hidrogênio emite apenas vapor de água quando queimado, mas o estatuto de "energia verde" depende da como é produzido, por exemplo, se for produzido com carvão ou gás natural, emite CO2. O Centro de investigação em Hidrogénio de Fukushima, produz o chamado hidrogénio verde com eletricidade de fontes renováveis usada à eletrólise da água, ou seja, separar o oxigênio do hidrogênio sem utilizar e emitir CO2. A cadeia de abastecimento energético em Kobe usa hidrogênio produzido na Austrália com a Kawasaki Heavy Industries pioneira no transporte de hidrogênio via marítima, sendo congelado a -253 ºC e comprimido num líquido. Outro aspecto no terminal de hidrogênio japonês é o reforço da capacidade de armazenamento, buscando reduzir custos graças ao uso de tanques especiais desenvolvido pela Kawasak.