domingo, 15 de maio de 2022

Overdose opioide

No dia 11/05/2022  o Centro para Prevenção e Controle de Doenças, CDC,  divulgou 2021 como o ano mais letal da história dos EUA em overdoses de drogas, sendo que o  número de mortes chegou a 107.622 em 2021 com informações compiladas pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde do órgão, aumento de 15% , com tendência de crescimento já observada no fim da administração Trump.

O relatório aponta que 70% das mortes foram causadas por opioides sintéticos, a maior parte Fentanil,  com opioides sintéticos causando 71.328 mortes em 2021 contra 58 mil em 2020.  Melhorias na pontualidade e qualidade dos dados levaram a reavaliação do período de tempo que requisitos de qualidade de dados foram atendidos, impactando tendências.Contagens provisórias nacionais incluem mortes nos 50 estados e Distrito de Columbia e podem não incluir mortes que ocorreram em determinado período de tempo, sendo muitas vezes incompletas podendo estar pendentes de investigação, resultando em subestimativa em relação às contagens finais. As mortes são identificadas usando códigos de causa básica de morte da Décima Revisão da CID (CID-10): X40–X44 (não intencional), X60–X64 (suicídio), X85 (homicídio) e Y10–Y14 (indeterminado) ).  Envolvem categorias selecionadas identificadas por códigos específicos de múltiplas causas de morte, incluindo  heroína (T40.1); analgésicos opióides naturais, morfina, codeína e opióides semi-sintéticos incluindo drogas como oxicodona, hidrocodona, hidromorfona e oximorfona (T40.2); metadona, um opióide sintético (T40.3); analgésicos opióides sintéticos que não metadona, incluindo drogas como fentanil e tramadol (T40.4); cocaína (T40,5); e psicoestimulantes com potencial de abuso, que inclui metanfetamina (T43.6).  As overdoses de opióides com morte são identificadas pela presença de qualquer um dos seguintes códigos MCOD ou ópio (T40.0); heroína (T40.1); analgésicos opióides naturais (T40.2); metadona (T40.3); analgésicos opióides sintéticos que não metadona (T40.4) ou narcóticos não especificados (T40.6), categoria incluindo mortes por overdose de drogas em que o “opióide” é relatado sem informações específicas para atribuir um código CID-10 mais específico (T40.0–T40.4) (4,5). As mortes por overdose de drogas podem envolver várias drogas; portanto, uma única morte pode ser incluída em mais de uma categoria ao descrever o número de mortes por overdose envolvendo drogas específicas.  Caso a morte envolva heroína e fentanil seria incluída no número de mortes por overdose de drogas envolvendo heroína, quanto no número de mortes por overdose de drogas envolvendo opioides sintéticos que não a metadona.

Moral da Nota: em março de 2022, a Casa Branca lançou pedido ao Congresso que o orçamento de 2023 inclua investimento de US$ 42,5 bilhões nas agências do Programa Nacional para o Controle de Drogas, aumento de US$ 3,2 bilhões em relação a 2021. Esse aumento apoiaria a expansão dos serviços de prevenção, tratamento, redução de danos e apoio à recuperação baseados em evidências, com investimentos apoiando comunidades carentes incluindo aumento no financiamento de esforços para reduzir oferta de drogas ilícitas como o fentanil estancando o tráfico de drogas. O orçamento inclui US$ 21,1 bilhões ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS)  para apoiar esforços de prevenção, tratamento e interdição com  US$ 85 milhões aos serviços de redução de danos baseados em evidências do CDC e US$ 63 milhões ao programa de treinamento de socorristas da SAMHSA.  O orçamento inclui 10% para recuperação no programa SAMHSA Substance Abuse Prevention and Treatment Block, além de investimento de US$ 18 bilhões para reduzir a oferta de substâncias ilícitas nos EUA, incluindo  US$ 747,5 milhões para reduzir disponibilidade de drogas, interditar drogas ilícitas nos portos de entrada e interromper redes de tráfico de drogas,  reduzindo violência relacionada às drogas e crimes contra a propriedade. O orçamento solicita aumento de US$ 335,5 milhões para investigações da Drug Enforcement Administration, controle de desvio e outros esforços antidrogas, aumento de US$ 293,4 milhões para a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) , financiamento ao programa de Apoio às Comunidades Livres de Drogas (DFC) do Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas e o programa Áreas de Tráfico de Drogas de Alta Intensidade (HIDTA), que fortalece a colaboração entre as autoridades federais, estaduais, locais, tribais e oficiais de saúde pública.

Em tempo: o ministro da Saúde da Rússia,  propôs a criação de uma associação médica dos países do BRICS permitindo discutir e desenvolver  padrões de qualidade de assistência médica e desenvolvimento na melhoria e  preparação de médicos. Tal proposta é muito bem vinda supondo que a China responde por grande parte do volume de opioides utilizados nos EUA, sem nenhum controle sanitário, via correio sem ao menos que se saiba a origem.