O automobilismo é o setor para colocar à prova carros mais rápidos e confiáveis e o Rally Dakar foca até 2030 tornar-se totalmente ecológico, portanto, pede aos partícipes implementar motores com emissões mais baixas de gases efeito estufa a partir do evento de 2022 na Arábia Saudita que percorrerá 7 mil kms, dos quais, 4 mil em etapas especiais. Atendendo este chamado, a startup francesa Gaussin construiu seu caminhão H2 para a corrida de 2022, como o primeiro veículo na história da competição utilizando hidrogênio como combustível. O H2 não é um dos caminhões da empresa movido a hidrogênio, na verdade, é parte da linha de oito modelos de caminhões da próxima geração pela parceria da startup francesa com designers do escritório italiano Pininfarina, conhecido por criar exteriores de carros esportivos, com o H2 projetando potência e capacidade graças ao design.
A produção do hidrogênio combustível limpo é a chave à reativação econômica da América Latina, segundo o especialista argentino em energia renovável, Ariel González, reduzindo emissões de CO2 no mundo e, segundo relatório do Banco Mundial impulsionará a reativação da economia regional. O hidrogênio é elemento químico encontrado na água e a separação das moléculas de H2 e O2 obtida por eletrólise, ou, aplicação de eletricidade através do uso de energias renováveis, eólica, fotovoltaica, marés e hidráulica é denominado verde, daí, “o hidrogênio produzido por essas fontes é chamado de hidrogênio verde, única forma de gerar um combustível que não emita poluição atmosférica” emanando vapor d'água onde são utilizadas energias renováveis”. O hidrogênio verde abastece a indústria siderúrgica e química de alta complexidade gerando amônia e derivados, “duas indústrias que sustentam o hidrogênio ou indústrias pesadas na busca por H2 como combustível”. Especialistas argumentam que indústrias de petróleo serão empresas de energia verde no futuro, sendo que "empresas de petróleo e consórcios internacionais de energia precisam desse tempo para pagar o custo da descarbonização". Ao contrário do hidrogênio verde, o hidrogênio convencional ou azul pode ser obtido por eletrólise por combustão a partir de fósseis gerando emissões poluentes.
Moral da Nota: o governo chileno investirá US$ 200 bilhões em hidrogênio verde em 20 anos, produzindo aproximadamente 1m³ de H2 variando de 3,6 quilowatts a 6 quilowatts, dependendo da tecnologia utilizada, sendo "questão a quantidade de energia necessária para produzir esse m³ de hidrogênio verde." O Chile projeta produção de hidrogênio verde a partir da energia fotovoltaica com base na mineração e projetos desenvolvidos a partir da energia eólica no extremo sul, sendo que o "Paraguai, México, Brasil, Bolívia, Colômbia e Argentina querem trabalhar com o hidrogênio, ao separá-lo, gerando amônia e, a partir disso, fertilizantes." O hidrogênio verde não é novo, “na Argentina, há 30 anos, tentaram promovê-lo sem tempo e oportunidade” e na "América Latina em 2002 falava-se sobre esse processo”. "Os países nórdicos começaram desenvolver frotas navais, caminhões e trens movidos a hidrogênio enfrentando o custo operacional", com os cálculos indicando que "25% da frota naval mundial em 2035 ou 2040 será movida a hidrogênio com a Noruega implementando postos de gasolina produzindo hidrogênio offshore para abastecer navios." “Desde 1910 já existem hidrodutos para transportar hidrogênio com tecnologia e indústria já desenvolvidas, a questão é que energia renovável custa o dobro de um quilowatt em relação ao petróleo, uma questão de custo ou lucratividade, não de tecnologia”.