No mundo pós-industrial a indústria automotiva se transforma por tendências que levarão à mudanças tão significativas quanto a transição de cavalos à automóveis com veículos elétricos, mostrando visão comum nas estradas cuja adoção deverá se acelerar na próxima década. Do futuro incerto dos veículos elétricos há algumas décadas ao consenso sobre uma mudança em massa para EV, iniciada pela Tesla ou Lucid Motors e gigantes estabelecidos como Ford, Volkswagen, BMW ou Mercedes-Benz. De acordo com a Bloomberg New Energy Finance a participação de EV no mercado automotivo global deve chegar em 2040 a 60% e um dos principais impulsionadores da adoção automotiva verde é a regulamentação ambiental, por exemplo, a UE declarou que 30 milhões de veículos elétricos devem circular até 2030 nas estradas do continente, ou, 10% dos veículos atuais.
A indústria automotiva e setores relacionados se instalam no ciclo de inovação, reimaginando a experiência do cliente, incluindo de serviços em trânsito à veículos conectados, antecipando direitos e responsabilidades de propriedade, manutenção e conformidade com novas regulamentações ambientais redesenhadas na era dos veículos autônomos. Consequente congestionamento e poluição, governos e legisladores tentam reduzir o número de carros em áreas urbanas como no Reino Unido, por exemplo, propostas ao Transporte de Descarbonização prevêem transição gradual dos carros ao transporte público e energia limpa. De acordo com a BusinessWire, a crescente popularidade no compartilhamento de caronas sinaliza mudança na orientação do consumidor devendo crescer a quase 20% até 2026. Nas grandes cidades o futuro da mobilidade urbana abrange ampla utilização dos VEs, incluindo compartilhamento de passeio, microcars e transporte público com o Mobility-as-a-service, MaaS, dando acesso conveniente a usuários e sob demanda ao transporte, combinando serviços com o apertar de um botão. Os veículos autônomos, conectados, elétricos e compartilhados, ACES, garantirão que veículos passem mais tempo na estrada e, em vez de possuir um carro que passa 95% do tempo em um estacionamento, pode-se simplesmente chamar um carro autônomo à sua porta com frotas de veículos semelhantes ao aluguel de bicicletas urbanas hoje. Tais visões de mobilidade sob demanda introduz a coordenação social e econômica que não era problema quando os indivíduos eram mapeados à seus próprios carros, em particular o custo total de transporte, incluindo pedágios, estacionamento, carregamento elétrico não será mais associado a um único veículo e sim, desagregado em pagamentos associados a um indivíduo. A indústria automobilística focada em redefinir a experiência do usuário fornece maneiras de aproveitar a viagem, proporcionando oportunidades de mais compras do consumidor em trânsito.
Moral da Nota: discussões sobre como a blockchain será usada no futuro gira em torno de pagamentos e a futura mobilidade sob demanda se insere na questão, onde é essencial a integração de pagamentos à criação de serviços convenientes. A frota de veículos elétricos exige ampla infraestrutura de carregamento e opções de pagamento adequadas, sendo que o consórcio MOBI desenvolveu o conceito de identidades de veículos permitindo que carros paguem imediatamente pedágio ou taxas de congestionamento sem intervenção humana, no entanto, pagamentos em estação de carregamento são mais complexos de resolução. Cartões de crédito no ponto de venda, POS, é método inseguro de transação e, conforme especialistas em segurança cibernética, milhões de dispositivos POS dos dois principais fabricantes foram afetados por vulnerabilidades que expunham informações do cartão de crédito. Quando terminais de pagamento não são comprometidos, utilizar intermediário de pagamento como câmara de compensação de cartão de crédito incorre em cobranças pesadas como a American Express que cobra taxas de processamento de até 3,5% por transação. Pagamentos diretos não são relevantes apenas à liquidação de transações relacionadas à viagem, mas torna-as mais agradáveis e divertidas. Nos EUA motoristas passam diariamente 160 milhões de horas no trânsito, tempo perdido olhando pelo para-brisa porque veículos autônomos liberam a atenção dedicada à direção, na verdade, fabricantes trabalham para desenvolver serviços de info entretenimento e compras em trânsito. De acordo com a Deloitte, o tempo do passageiro em veículos convertido apenas no consumo de conteúdo de mídia chegará a 52 bilhões/horas/anuais até 2030, ou, o dobro do número atual. Barreiras de pagamento se aplicam ao domínio do infoentretenimento, no entanto, surge questão fundamental no momento em que compartilhamos a propriedade do veículo, o que se faz no carro não ficará mais entre você e ele, na verdade, pode ser desconfortável saber que o próximo passageiro pode ver suas horas de história do streaming. Os passageiros dos serviços de compartilhamento de carros exigirão alguma forma segura e privada de usar e pagar pela experiência de infoentretenimento.