sábado, 22 de fevereiro de 2020

MIT e Projeções

A ciência de dados associada a IA, Big data e Aprendizagem Profunda, desenvolve modelos climáticos sofisticados e complexos. Neste conceito o MIT, Massachusetts Institute of Technology e a State Street Associates,  acrescentam à ciência econômica modelos indicando 70% de chance de recessão nos próximos 6 meses. Publicada pela CNBC a pesquisa cria um index com quatro fatores utilizando a distância de Mahalanobis, ou, a medida de distância introduzida pelo matemático indiano em 1936 baseada na correlação entre variáveis com distintos padrões identificados e analisados. Útil para determinar similaridade entre amostra desconhecida e conhecida, não dependente da escala das medições. Com isto, a distância de Mahalanobs determina como as condições atuais de mercado se comparam com recessões anteriores. Inicialmente a distância de Mahalanobis foi concebida para medir similaridade estatística dos valores de dimensões para determinado crânio, com valores médios ao de determinado grupo, quer dizer, Mahalanobis basicamente mede a distância entre um ponto e certa distribuição.
Os pesquisadores analisaram quatro fatores, ou, produção industrial, folha de pagamento não-agrícola, retorno do mercado de ações e a inclinação da curva de juros mensalmente, comparando dados desde 1916 medindo como o relacionamento atual entre as quatro métricas se compara à leituras históricas, encontraram indicador confiante de recessão econômica. Descobriram que quando o índice superava 70% a probabilidade de recessão nos próximos seis meses subia a 70%, em novembro de 2019 a leitura do índice era de 76%. Analistas de mercado estão confiantes no futuro da economia, pois o PIB americano cresceu 2,3% em 2019 e o desemprego é o menor em mais de 20 anos. Para o MIT as chances de recessão são altas, ao passo que o indicador Bloomberg mostra situação diversa nos próximos 12 meses com chance de recessão em 27%.
Moral da Nota: indicadores econômicos sugerem que a economia funciona, em janeiro as folhas de pagamento privadas registraram o maior ganho mensal desde maio de 2015 e em dezembro os imóveis subiram para 13 anos. EUA e China assinaram acordo comercial de "primeira fase" sugerindo expansão econômica continuada. Wall Street prevê ganhos com cenário favorável ao ano sendo que as consequências do surto de coronavirus na China, provavelmente não afetarão a atividade econômica no médio prazo. No entanto, dados negativos na Alemanha, guerra comercial, setor industrial contraindo com economia desacelerando ao lado da injeção de liquidez pelo FED, indicam que 60% dos bancos necessitam mudanças ou terão dificuldades em crise. No entanto a Bloomberg desenvolveu um modelo para determinar as chances da economia americana entrar em crise. O modelo de probabilidade de recessão da Bloomberg incorpora dados que abrangem condições econômicas, mercados financeiros e indicadores de estresse subjacente. Indicadores como curva de juros piscam sinais de alerta embora os ganhos reais de salário, nem tanto. No último dado do indicador a economia norte-americana tinha 27% de chance de entrar em recessão e em 2018 chegou a 49%. A inversão da curva de juros presente nas últimas 2 recessões já aconteceu e como explica a Bloomberg, pode não ser um indicador confiável pois o Banco Central agiu com injeções de liquidez. Um sinal negativo vem das margens de lucro diminuindo nos últimos trimestres, embora cresça a renda real do trabalhador americano ao lado de baixo nível de desemprego, levando a Bloomberg crer que o risco de recessão é mínimo mesmo com indicadores mostrando sinais conflitantes.