A NASA e Organização Meteorológica Mundial (OMM) avisam da liberação de 228 megatoneladas de CO2 na atmosfera e imensuráveis quantidades de monóxido de carbono decorrentes ao fogo extremo que vivemos. O Brasil com 60% da Floresta Amazônica, partes do Perú, Bolívia, Paraguai e Argentina estão no olho do furacão térmico. A Organização Meteorológica Mundial fala em fogos “sem precedentes” no Círculo Polar Ártico e em seis semanas, mais de uma centena emitindo 50 megatoneladas de CO2 na atmosfera equivalente as emissões totais da Suécia no ano.
Incêndios na floresta Amazônica são comuns na seca e propositalmente provocados por agricultores que desmatam ilegalmente visando pecuária. Segundo o INPE são 9.507 novos focos no Brasil dos 72.843 detectados no ano, um aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2018 e maior incidência desde o início dos registros em 2013. O Ártico com altas temperaturas e tempestades secas mais de 2,4 milhões de acres de floresta ardem no Alasca, 13 milhões de acres queimaram na Sibéria sendo 54 mil km² em agosto e a Rússia viu seu pior ano de cinzas florestais com nuvens de fumaça do tamanho da UE. Na Austrália e Canadá práticas tradicionais de manejo da terra, queimadas indígenas, contramão na tendência da mudança climática coloca casas e vidas em risco, cruzando o Pacífico chegando aos EUA. A Grécia que por mais de 2 mil anos retira resinas dos pinheiros de Alepo para vinicultores selar ânforas, a produção foi reduzida a um terço das 12 mil toneladas de 1965 e a área extrativista reduziu de 327.500 para 147.500 hectares. No Mediterrâneo, prevalente da agricultura familiar, Portugal representou mais da metade da terra queimada na Europa em 2016 com Espanha, Grécia, Portugal e Itália, minguando em número de fazendas e agricultores familiares. A lista continua sob liderança de Katanga, na RDC, Santa Cruz, na Bolívia, México e Angola. Sem deixar de citar Bandundu (RDC), Cuando-Cubango (Angola), Mato Grosso (Brasil), Noroeste (Zâmbia), Pará (Brasil) e as províncias angolanas do Bié e Lunda Norte.
Moral da Nota: Angola e a República Democrática do Congo lideram o número de incêndios a nível mundial, seguem Sibéria, Ilhas Canárias, Bolívia, Alasca e Brasil. O mapa do Global Forest Watch Fires (GFWF), que monitora fogos e alerta de incêndios em tempo real, avisa que na Amazônia o desgaste é evidente embora o centro e o sul da África estão mais carregados. A NASA através do Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer avisa que Angola tinha na última semana 6.902 focos, triplo do Brasil ou 2.127 e a República Democrática do Congo (RDC) 3.395. Entre 19 e 26 de agosto Angola era top de linha de alertas de fogo com 135.195, a RDC vinha em segundo com 104.243 e Brasil com 88.135. Os top 10 são Zâmbia, Rússia, Bolívia, Moçambique, Austrália, Tanzânia e Indonésia. Nas Ilhas Canárias 9 mil pessoas foram desabrigadas, na Grã Canária 74 mil kms² se transformaram em cinzas além de alertas na Grécia, Bolívia e EUA.
Em tempo: será que dá pra acreditar que temos uma emergência climática a ser enfrentada com ações objetivas, sem retórica, ou vamos esperar que tudo vire cinzas? Lembremos que discussões sobre a questão foram democraticamente votadas pela maioria dos países, inclusive sendo permitida a participação espontânea da iniciativa privada, vide agronegócio em voto vencido, além do prolongamento das discussões sempre em busca de soluções objetivas.