Anualmente 500 mil europeus morrem prematuramente devido a poluição atmosférica cabendo ao transporte rodoviário 18% da responsabilidade e aos sistemas de saúde o custo em torno de 60 bilhões de euros/ano. Se custos associados à poluição do transporte rodoviário forem incluídos como saúde, danos à biodiversidade, ambiente construído e agricultura, aumenta para 66,7 Bilhões de euros/anualmente. A European Public Health Alliance ou EPHA, ONG que agrupa mais de 90 associações de profissionais de saúde, relaciona poluição do ar entre as causas respiratórias e cardiovasculares atingindo o custo de 62 Bilhões de euros. Tal estimativa é baseada em dados coletados pelo CE Delft um instituto holandês de pesquisa independente situado na Alemanha, Polônia, Espanha, Áustria, Hungria, Eslovênia, Bulgária, Romênia e Estônia.
Segundo a ONG Transporte e Meio Ambiente, a maior parte da despesa de saúde com poluição atmosférica ou 83%, pode ser imputada à emissões de diesel. Mesmo com Dieselgate na Europa em 2015, o número de veículos 'sujos' com emissões três vezes superiores as normas, vide Óxido de Nitrogênio, passou de 29 milhões em 2015 para quase 43 milhões hoje. Os custos associados à poluição rodoviária na Europa aumentaram de 66,7 Bilhões de euros para 80 Bilhões, sendo 60 Bilhões imputados a veículos a diesel. Dos 80 Bilhões de euros, despesas com cuidados de saúde representam mais de 72 Bilhões. Hoje, trabalha-se, mesmo passível de críticas, para que as emissões de óxido nitroso e dióxido de enxofre caiam 89% e a poluição por partículas finas ou PM2,5 em 80%. No entanto, emissões de partículas menos finas de PM10 podem aumentar 29% até 2030.
Moral da Nota: nenhum outro Continente como a Europa foi conquistado pelo diesel no quesito veículo passeio, ao passo que nós brasileiros construímos nossa logística sobre o diesel. Países como Brasil, Argentina, México, Áustria, Itália, Luxemburgo, Irlanda, Portugal, Suécia e Espanha os motores diesel dominam, mesmo entre carros novos, representando mais de 50% dos registros e diminuindo um pouco na França, Bélgica e Grécia. Comparado aos americanos, nos EUA apenas três em cada cem carros de passageiros têm um motor a diesel, enquanto custos de governos e seguro de saúde obrigatório representam 73%. Em 2016 o impacto na saúde da poluição rodoviária custou cerca de 53 Bilhões de euros a governos e seguradoras de saúde dos estados membros da UE, a Alemanha gastou 15 Bilhões, Áustria 2 Bilhões e Espanha 3,2 Bilhões. A perspectiva de renovação na Europa da frota por carros mais limpos até 2030 impactará de modo positivo nos níveis de poluição do ar causada pelo tráfego, ao lado do aumento dos menos poluentes de 6% para 85% entre 2016 e 2030 e a gasolina de 8% para 89% dos veículos. No entanto se a queda na poluição ocorrer, acarretará uma diminuição de 71% nos custos gerais de saúde entre 2016 e 2030, bem como gastos com saúde de governos e provedores de seguros em 71%. Dito isto, emerge a pergunta que não cala: e o Brasil como fica nessa?