segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Criptocurrency

O Irã torna-se a segunda nação no mundo a emitir uma criptomoeda estatal, segundo o governo, lastreada no ouro. A Peyman separará ativos e propriedades bancárias excedentes, inicialmente não disponível à população em substituição ao rial ou moeda nacional iraniana. Desenvolvida em parceria com a Ghoghnoos Company e os bancos Parsian Bank, Pasargad, Melli Iran e Mellat, sendo que a Fara Bourse bolsa de OTC balcão deverá receber a nova moeda. Segundo agentes iranianos o token funcionará como carteira e canalizador de ativos excedentes ao ciclo econômico, acelerando o ritmo das transações. Serão criados 1 bilhão de inidades Peyman com espaço para expansão quando for dado acesso à população. 
Em paralelo o Iran desenvolve negociações com Suíça, África do Sul, França, Inglaterra, Rússia, Áustria, Alemanha e Bósnia, para uso de criptocorrência em transações financeiras. Além do que o Banco Central do Irã (CBI) publicou esboço apelidado de “Versão 0.0” sobre a regulamentação de criptomoedas. A Al Jazeera avisa que o Irã reverteu proibição anterior de ativos criptográficos “mas impôs internamente restrições ao uso da moeda digital.” O CBI informa que a estrutura "visa organizar e definir os limites das operações de criptografia permitindo comerciantes planejarem seu futuro". Reconheceu e aprovou o uso de moedas virtuais como o bitcoin permitindo ofertas de moedas iniciais, ICO, carteiras e trocas de criptomoedas além de operações de mineração. Por fim, conclui que “usar criptomoedas como métodos de pagamento dentro do país é proibido”. 
Moral da Nota: Segundo a Iran Blockchain Association mais de US 10 milhões em BTC são negociados no Irã todos os dias, além do país assinar acordo de cooperação blockchain com Rússia e Armênia. A establecoin iraniana atrelada ao ouro talvez esteja no quesito estabilidade e crise por conta do boicote financeiro, apesar do país anunciar novas reservas de ouro em Yazd e configurando como terceiro produtor mundial de petróleo. Recentemente proibiu transações com bitcoin por questões de lavagem de dinheiro e  supostas atividades criminosas, interpretada como forma de bloquear a fuga de capitais pelas sanções americanas.
Em tempo: a experiência iraniana é mais consistente que a venezuelana, por conta da base da nação, isto é, persa. Lembrando que até 1979 o país foi o preferido do Ocidente no Golfo Pérsico e sua marinha denominada a Rainha do Golfo. Por sua vez o líder xiita da revolução iraniana foi exilado em Paris, mostrando forte participação européia nos acontecimentos internos da época. Detalhes como o Iraque de Saddam ter sido maior oponente do país e os sauditas maiores oponentes da militarização nuclear, além do Iran no universo islãmico ter sido apoiador do acordo de paz entre Egito e Israel. Tal participação na história mundial recente, quebrada é verdade com a revolução, denota que o sucesso da criptomoeda no país, com todos os senões, indicará robustez da tecnologia visando um mundo menos centralizado e mais multilateral.