sábado, 24 de fevereiro de 2018

Campo uruguaio

A plataforma uruguaia Hemisfério Esquerdo, fez um retrato crítico do campo uruguaio cujos dados são aqui apresentados. Importante dizer que não há juízo de valor, apenas constatação.
O quadro é o seguinte: Há no campo uruguaio 70 mil funcionários, sendo 25 mil de agricultores familiares que juntos com suas famílias chegam a 40 mil, representando 60% dos estabelecimentos agrícolas e detendo 15% da superfície agrícola. Há 15 mil empresários, muitos deles não vivem no campo, representando 40% das fazendas e responsáveis por 80% das terras agrícolas.
Detalhe: os produtos agrícolas já vem com preço do arrendamento das terras embutido, lá chamado de renda agrícola e em torno de 25% dos proprietários que não produzem ou gerenciam terra.
Moral da Nota do Mujica: na última década a renda gerada se distribuiu com 18% em salários dos trabalhadores, 9% como renda dos agricultores familiares, 7,5% como receitas do estado, 25% lucro empresarial e 40% destinado a renda da terra aos proprietários, num total de 13,4 bilhões de dólares e faturando só em 2017 1,4 bilhão de dólares.
Em tempo: só pra lembrar que a estabilidade de uma sociedade está na força da classe média, sendo instáveis as sociedades concentradas na riqueza e na pobreza.