A vida retorna a Chernobyl naturalmente ou por ação científica após o desastre, visto na presença de alces, lontras, lobos, raposas, veados, águias, javalis e cães guaxinim exibindo resiliência extrema num dos mais perigosos lugares da terra; Verdade inconveniente. No rio Pripyat peixes alocados pela ciência nas águas radioativas em busca da percepção de quem subsistirá na Zona de Exclusão de Chernobyl, 30 anos pós o mais impactante acidente nuclear da história humana. James Beasley e seu grupo da Universidade da Georgia, procuram vida na zona de segurança (ZEC) de 30 kms ao redor da antiga central nuclear. Desde 2016 avistaram 15 espécies contra as probabilidades afigurando-se segundo Beasley, como “testemunho da resistência da vida selvagem quando se liberta de pressões humanas”.
Após o desastre a URSS estabeleceu uma zona de segurança em torno da usina nuclear. Milhares de pessoas abandonaram casas deixando mais de 4.2 mil kms² livres da influência humana. Mais da metade dessa área pertence à Ucrânia e o resto é jurisdição da Bielorússia através da Reserva Radioecológica do Estado da Polésia uma das maiores reservas naturais da Europa. James Beasley estuda como a vida prolifera em Chernobyl, documenta animais da reserva radioecológica analisando pegadas ou contando a partir de helicópteros. Em 2016 publicou as descobertas concluindo que 30 anos após o desastre, a vida selvagem é abundante na zona de exclusão da Bielorússia. No lado ucraniano pelo projeto TREE, ou, Transferência, Exposição e Efeitos, iniciativa do Programa Britânico de Radioatividade e Meio Ambiente, busca reduzir incertezas no risco humano e animal selvagem quando exposto à radioatividade. Ursos-pardos foram documentados no território ucraniano após eliminação por humanos há 100 anos.
Moral da Nota: a primeira resposta obtida em Chernobyl é a vida selvagem resiste quando liberta da pressão humana. Efeitos da radioativdade nos últimos 30 anos direcionam à cadeias alimentares em terra e mar além de mutações oncogênicas e genéticas. Incomoda o silẽncio conveniente de governos pelo retorno econômico. Existem por aí, verdades inconvenientes no Deserto de Nevada, no Himalaia, além da Costa leste do Japão e Oeste do Canadá. Mururoa, quem não se lembra do afundamento do barco do Greenpeace? O lago Baikal símbolo da guerra fria. Bagdá resiliente ao gigantesco ataque a base de plutõnio empobrecido, não pode avaliar danos por prioridades com grupos terroristas, sem dizer do profundo silêncio inocente norte coreano. Persiste o perigo nuclear regional, apesar de poucos em condições de furar o bloqueio antimíssil inimigo, vide interceptação síria no último ataque anglo-americano. Caso o bloqueio defensivo seja vencido, as capitais serão vítimas prioritárias e como já sabemos, a vida retornará ao lado de danos à cadeia alimentar e genética pois um não consegue aniquilar o outro.