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sábado, 8 de dezembro de 2018

Passado, presente e futuro

O Mar Morto a 400 metros abaixo do nível do mar, de forte simbolismo à cristãos, judeus e muçulmanos, recebe água de fontes naturais externas como o rio Jordão considerado local do batismo de Jesus Cristo. A perda do volume de água alterou a paisagem no entorno e o surgimento de crateras, a primeira registrada em fins dos anos 80 e atualmente com mais de 6000, engoliram terra, estradas e casas. Já o desvio de água ao abastecimento das populações a partir da década de 1960, influenciou no volume do Jordão estimando-se que o fluxo tenha minguado mais de 90% em paralelo a queda do regime de chuvas.
A causa destes eventos é ação humana empreendida entre Israel e Jordânia na região do Mar Morto, com previsões pessimistas de seu completo desaparecimento até 2050. Localizado em área de terra salina infértil quando dissolvida pela água doce, colapsa tornando-se instável, provocando o fechamento de duas praias e um resort em Israel além da interrupção de partes da rodovia 90. A extração mineral floresce como indústria poderosa nos dois lados da fronteira, paralela a imensa quantidade de água retirada e colocada em piscinas de evaporação deixando à mostra minerais de grande interesse comercial. 
Moral da Nota: o projeto Mar Vermelho/Mar Morto encaminharia questões como escassez de água doce, estabilização dos níveis do Mar Morto e quem sabe influenciar nas relações entre Israel, Jordânia e Palestinos. Um sistema de dessalinização na Jordânia começará sua construção em 2021 devendo finalizar em 2024, transformando em água potável parte da água do Mar Vermelho e bombeando ao Mar Morto o restante da água salgada, tudo estimado em 1,5 bilhão de dólares. Óbviamente que nada é certo considerando a intensa evaporação acelerada por mudanças climáticas extremas, cujas previsões apontam na direção da elevação da temperatura entre 5º C e 11º C até o fim do século  e redução pluviométrica em 30%.