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sábado, 18 de agosto de 2018

Tempo presente

O conceito de 'tempo presente' é questão fundamental sob as mais variadas óticas. Ao matemático, cabe a ideia de presente como ponto que separa o passado e o futuro, estando continuamente em movimento, eternamente inapreensível e cego à nossas necessidades. Ao psicólogo, o presente é o intervalo de tempo um pouco mais amplo, incluindo em nosso interior eventos do passado imediato e previsões do que deve acontecer em seguida ou futuro. 
Esta ideia nos remete ao século XIII em que instrumentos de medição temporal como relógios de sol, areia, água ou ampulheta eram objetos de luxo e calculavam o tempo que não era disponível a todos. Com a disseminação dos relógios comunitários, comerciantes e artesãos introduziram aos leigos uma nova ideia de tempo, até que em Florença em 1354 o velho sino deu lugar ao relógio. A coisa segue com os governantes descobrindo que o tempo era instrumento de poder e em 1370, Carlos V da França ordenou que os sinos de Paris fossem sincronizados ao relógio do Palácio Real, nascendo aí o Estado.
Moral da Nota: no século XIV a Igreja condenava os usurpadores porque o ganho deles era hipoteca de tempo e este pertencia a Deus. Passados cem anos, Leon Battista Alberti anunciou o conceito novo de propriedade: "Há três coisas que o homem pode dizer que pertencem a ele em propriedade: fortuna, corpo e tempo".