O Parlamento Europeu está para votar o primeiro plano plurianual do Mediterrâneo Ocidental, um dos mares mais importantes do mundo. Com variedade de pescado de valor comercial e tradição de pesca artesanal, fomentando desenvolvimento econômico e comércio. Décadas de pesca, muitas vezes com métodos destrutivos como a pesca de arrasto de fundo, levaram à situação de crise. De acordo com um relatório de 2018 da FAO, o Mediterrâneo oficialmente é o ecosistema com mais atividade pesqueira no mundo. Populações marinhas são capturadas em dobro dos níveis sustentáveis e taxas elevadas de superexploração representam riscos de colapso prejudicando pescadores, empresas e meios de subsistência das comunidades costeiras dependentes desses recursos.
Um outro detalhe são as 8 milhões de toneladas de plástico/dia despejadas no mar, acumulando ao longo do tempo em pontos estratégicos dos oceanos por conta das correntes marinhas. Surge neste ambiente a Ocean Cleanup, startup que desenvolve há 5 anos método para coletar resíduos acumulados na água, aproveitando os pontos de acúmulo de lixo. A primeira barreira de 600 metros de comprimento para contenção do lixo flutuante já está em operação em Garbage Island no Oceano Pacífico, rebocada a 1200 milhas náuticas da Terra entre a Califórnia e o Havaí. Apenas essa barreira em um ano deverá coletar 50 toneladas de lixo.
Moral da Nota : Mesmo com progressos significativos na redução de sobrepesca no Atlântico, 90% das populações de peixes são atualmente classificadas como superexploradas no Mediterrâneo. Legisladores europeus tem sido alvo de críticas por ignorarem deliberadamente a atividade científica, ao mesmo tempo que estabelecem limites de captura, falham na implementação de medidas de gestão da pesca negligenciando controle e aplicação das medidas.