O filme Mad Max apresenta uma cena em que o anão controlador da usina de biogás, suspende sua produção e em consequência, provoca queda de luz na arena de luta acarretando protestos do público e dos gladiadores presentes. A partir daí, se inícia todo um processo de negociação para a restituição da energia. Isto é para ilustrar que a Quarta Revolução pode transformar o que está estagnado e não tem valor no mercado majoritário. A população de gado estimada no país é mais que o dobro da população humana, estimado a grosso modo pois não sabemos ao certo qual nossa real população de gado, daí, não é absurdo afirmar que o Brasil é um país mais bovino que humano por motivos óbvios.
Causa pavor ao Agronegócio falar em Meio Ambiente, mas calam quando se fala em Quarta Revolução, Blockchain, DLT, Hyperledger, IoT e etc. Termos que simplesmente agilizam questões ambientais que todos apoiam ou deveriam apoiar como por exemplo o rastreamento da cadeia de suprimentos, buscando melhoria da qualidade e da competividade que nada mais é que conhecer a origem do produto, como é fabricado, qual a trajetória percorrida até o consumidor final e no frigir dos ovos, descobrir qual a real população bovina no pasto; uma relevante questão empresarial. Todos sabemos que a pegada de carbono do agronegócio é pesada, é no pasto que se origina grande parte do metano que vaza à atmosfera e por conta, aquece a terra; verdade inconveniente que provoca calafrios na rapaziada, desconversada em qualquer ambiente desde o campo até Brasília. Por meio da contabilidade distribuída fazendeiros poderiam investir em usinas de biogás utilizando como matéria prima o esterco do gado. Tal empreendimento seria viabilizado por Plataforma Blockchain relacionando massa de esterco bovino ao que é produzido em volume de metano, promovendo lucro em duplicidade com venda do esterco e do excesso de gás. O resultado é lucro na venda do esterco, no gás, no meio ambiente e sob o ponto de vista empresarial, como Mato Grosso que seria dispensado da importação do gás boliviano e mais que qualquer coisa, visão ampla de negócio mudando o paradigma em que o inimigo passa da desconiança a sócio, promovendo paz no campo necessária ao desenvolvimento.
Moral da Nota: olhando nosso entorno com vistas de futuro e sustentabilidade, díríamos que o Paraguai estaria em melhor posição que a nossa. Em termos de eletricidade sustentável tem Itaipu com sua energia limpa, água em relativa abundância do rio Paraná para irrigação em tempos magros de seca. O detalhe deste vizinho foi o início do processo de rastreabilidade do gado visando qualificar seus produtos como Premium e assim conquistar e ampliar seu mercado, coisa também observada e em fase de evolução no Uruguai. Outro vizinho em boa posição é o Chile com 8 milhões kms de mar deverá buscar escala na energia eólica offshore, próxima das cidades e em adiantado processo de otimização de custos. Temos tudo que eles tem e somos contra.