“O prêmio deste ano é sobre ferramentas feitas de luz,” assim o responsável da Real Academia Sueca de Ciências anunciou o Nobel de Física de 2018. Por estudos em "invenções inovadoras no campo da física de laser" foram laureados Arthur Ashkin dos Laboratórios Bell, nos Estados Unidos, Gérard Mourou na Ecole Polytechnique da França e da Universidade de Michigan (EUA) e Donna Strickland da Universidade de Waterloo, no Canadá.
Arthur Ashkin criou as pinças óticas capazes de conter partículas, átomos, vírus ou células com seus "dedos" de lasers. Tal invento permitiu alcançar a ficção científica, onde a pressão da luz pode mover objetos físicos. Através da luz laser, empurrou minúsculas partículas para o centro do feixe e as manteve alí. Na década de 1970 demonstrou que forças criadas pela luz laser, capturavam e manipulavam partículas de bilionésimos de metro. Em 1987 capturou bactérias vivas sem danificá-las com as pinças óticas, "algumas ferramentas feitas de luz," demonstrando grande potencial na investigação biológica. A Luz penetra na célula sem romper a membrana ou danificar sua atividade, permitindo a manipulação de cromossomos ou mitocôndrias.
Gérard Mourou e Donna Strickland “criaram um método de gerar pulsos óticos ultra-curtos de alta intensidade" com aplicações na indústria e na medicina. “Revolucionaram a física do laser” constituindo "os pulsos de laser mais intensas já criados pela humanidade." “Objetos pequenos e processos rápidos hoje vistos com uma nova luz. Instrumentos de alta precisão nas áreas de investigação não exploradas e aplicações industriais e médicas.” Criada em 1985 e conhecida como amplificação de pulsos, a técnica de Mourou e Strickland é ferramenta padrão para a obtenção de lasers de alta intensidade, usados em cirurgias oculares. Publicado em 1985 seu artigo foi a base da tese de doutoramento de Donna Strickland.
Moral da Nota: apenas três mulheres desde 1901 ganharam o Nobel de Física dos 201 laureados. Em 1903 a polonesa Marie Curie estudando radioatividade, em 1963 Maria Goeppert-Mayer americana de origem alemã, por estudos sobre a estrutura interna do núcleo dos átomos e agora Donna Strickland abrindo espaço em áreas de pesquisa inesploradas com infinidade de aplicações industriais e médicas. Nada mais.