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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Estimativas

Ferramenta de IA auxilia governos decidir se salvam ou não banco falido, prevendo se a decisão economizará dinheiro no longo prazo. Desenvolvido pela University College London, UCL,  e  Queen Mary University of London, o algoritmo avalia se um salvamento é a melhor estratégia ao contribuinte, sugerindo quanto deve ser investido no banco e qual banco ou bancos devem ser salvos em algum momento. O estudo publicado na Nature Communications, testa o algoritmo usando dados da European Banking Authority em rede de 35 instituições financeiras europeias consideradas mais importantes ao sistema financeiro global,  usado e calibrado por bancos nacionais com dados proprietários detalhados não disponíveis ao público. O Matemático da UCL e autor do artigo,  explica que  "resgates de bancos por governos são decisões complexas com implicações financeiras, sociais e políticas. Crê, que abordagem IA pode ser ferramenta importante, auxiliando funcionários avaliar especificamente implicações financeiras, significando verificar se o resgate interessa ao contribuinte ou se é mais lucrativo deixar o banco falir. As técnicas estão gratuitamente disponíveis às autoridades bancárias usarem como ferramentas em suas decisões." O co-autor, da Queen Mary University of London, acrescentou que "governos e autoridades bancárias usam abordagem para olhar para trás em crises passadas e aprender ações futuras, por exemplo, revisar o resgate pelo governo inglês do Royal Bank of Scotland, RBS,  na crise financeira de 2007-2009 e refletir como melhorar, na ótica financeira em futuro, beneficiando principalmente contribuintes."

O investimento governamental em um banco aumenta seu capital e reduz o risco de inadimplência, custo que pode ser justificado no curto prazo ao contribuinte se, levar a menores perdas no longo prazo, ou seja, evitar inadimplências bancárias mais prejudiciais às finanças do governo. No estudo, pesquisadores criaram estrutura matemática para comparar diferentes estratégias de resgate em termos de perdas antecipadas dos contribuintes, incluindo duração esperada da crise financeira, probabilidade de inadimplência de cada banco e efeito de uma inadimplência em outros bancos da rede, bem como participações dos contribuintes nos bancos.Usando Processo de Decisão de Markov, de controle matemático, cientistas incorporaram a essa estrutura o efeito de uma intervenção do governo em determinado momento e desenvolveram algoritmo de IA sob medida para avaliar estratégias de resgate, comparando nenhuma intervenção com diferentes tipos de intervenção, ou seja, níveis variados de investimento no banco ou em vários bancos em momentos diversos na crise. A técnica de IA, importa, pois a modelagem do sistema é complexa e o comportamento futuro dos bancos no sistema pode ser infinito.  Estudo de caso usando dados da Autoridade Bancária Europeia, mostra que o resgate do governo seria ótimo se a participação dos contribuintes nos bancos fosse maior que um valor limite crítico, determinado pelo modelo, sendo que a política ótima mudou quando a porcentagem de perda excedeu esse limite. Descobriram que, recebido o resgate, a melhor estratégia ao contribuinte seria o governo investir naquele banco e evitar inadimplência, levando a falta de incentivo ao banco resgatado se proteger contra o risco, o que aumentaria a assunção de riscos. O principal autor da pesquisa conclui que  "bancos resistiram à atual tempestade econômica da pandemia, resiliência,  reforçada por medidas regulatórias no pós crise financeira global de 2007-2009 para acomodar  medidas dos bancos centrais nas políticas monetárias que evitaram falência setorial.  No entanto, não se pode prever o efeito no sistema financeiro à medida que bancos centrais revertem políticas anteriores, como aumento das taxas de juros por preocupações com inflação, portanto, resgates ainda são possibilidade."

Moral da Nota: o PNUD, Programa da ONU ao Desenvolvimento e o WWF lançaram na COP 27 a  AJET, Alliance for Just Energy Transformation, iniciativa para trocar experiências e conhecimentos e formar alianças visando a transformação dos objetivos do Acordo Climático de Paris,  entendendo necessidades para empreender transformação local e global. A população mundial atingiu 8 bilhões de pessoas, com a ONU alertando que mais dificuldades estão reservadas à regiões que já enfrentam escassez de recursos decorrente mudanças climáticas. Daí, 738 milhões de pessoas vivem sem alimentos adequados na África Subsaariana, 1 bilhão de pessoas foram adicionadas ao planeta nos últimos 11 anos, países de renda média, principalmente na Ásia, respondem ​​pela maior parte desse crescimento, ganhando 700 milhões de pessoas desde 2011, com a Índia adicionando 180 milhões de pessoas e ultrapassando a China como nação mais populosa do mundo em 2023,  com o detalhe que a população global adicionará outros 2,4 bilhões de pessoas até a década de 2080, projeções da ONU. A maioria dos 2,4 bilhões de pessoas a serem adicionadas antes dos picos populacionais globais, nascerá na África subsaariana, marcando afastamento da China e Índia.  Nascimentos diminuem constantemente nos EUA, Europa e Japão com a  China lutando com o legado de seu programa One Child Policy e, em 2021, pediu às famílias que tivessem um segundo ou terceiro filho, pois também limitava o acesso a abortos. No mundo, "a zona costeira é desproporcionalmente urbana" com "uma em cada 10 pessoas vivendo no litoral de baixa altitude" e,  Lagos, por exemplo,  está projetada para se tornar a maior cidade do mundo até o final do século. O crescimento populacional combinado com mudança climática causará na próxima década, migração em massa e conflitos, segundo especialistas, além, de mais pressão sobre a natureza já que pessoas competem com a vida selvagem por água, comida e espaço.  As emissões de carbono do 1% mais rico, ou,  63 milhões de pessoas, foram mais que o dobro das emissões da metade mais pobre da humanidade entre 1990 e 2015, análise de 2020 do Stockholm Environment Institute e  Oxfam International.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Populações

A Polônia, segundo o censo eletrônico, ultrapassa pela primeira vez a Ucrânia em 5 milhões de pessoas. Em 2018, segundo o Eurostat, a população polonesa era de 37,98 milhões de habitantes e no caso ucraniano, o senso excluiu Crimeia ou Donbass, aí, mais de um milhão de pessoas. O senso ucraniano não se organizou no modelo tradicional e abrangente, contou cabeças usando celulares e outros indicadores sob risco de imprecisões. A redução ucraniana considera que 5 milhões deixaram o país para trabalhar no exterior, sendo que a Polônia abriga 2 milhões de ucranianos e a Rússia 3 milhões e meio enquanto um milhão trabalham na República Tcheca e Hungria. O detalhe é o aumento da renda real na Ucrânia em 10% ano passado, mas os salários continuam como o segundo mais baixo da Europa.
A mão-de-obra pode limitar expansão econômica na região central e sudeste da Europa pela queda na migração interna. Com os novos estados membros da UE oriundos da Europa Central, destino de investimentos pela proximidade com Alemanha e outros mercados, exibem como atrativos a força de trabalho qualificada e a experiência em setor automotivo a custo mais baixo. O aumento dos salários pelas condições apertadas estimulou consumo, deslocando crescimento das exportações em graus variados ao consumo doméstico, ajudando economias permanecerem resilientes com empresas investindo na eficiência e automação como resposta à falta de mão-de-obra. O Instituto de Estudos Econômicos Internacionais de Viena avalia que eficiência e automação foram respostas à falta de mão-de-obra impactando no resultado, otimismo ao futuro e migração laboral. Projeções de longo prazo da Divisão de População da ONU avalia que a região da CEE enfrenta catástrofe demográfica, com previsão de perda populacional de 40% até 2100. Isto de modo variado ao passo que todos os estados da CEE declínam naturalmente as populações e na República Tcheca e Rússia a migração dá sinais de desgaste em compensar a queda natural da população.
Moral da Nota: entre nós, a pesquisa 'Economia das Favelas, Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras' do Data Favela e Locomotiva encomendada pela Comunidade Door, avalia que o Brasil tem 13,6 milhões de pessoas nas favelas movimentando R$ 119,8 bilhões/ano, volume de renda maior que 20 das 27 unidades da federação. 89% dos moradores estão em capitais e regiões metropolitanas, sendo o Rio de Janeiro o único estado da Região Sudeste com mais de 10% da população vivendo em favelas. O Norte e Nordeste tem maior percentual vivendo em favelas, de 5% a 10%, com Amazonas, Pará, Maranhão e Pernambuco com mais de 10% da população favelada. Os moradores estão otimistas para 2020, com 80% otimista com a vida financeira, 80% com a saúde, 84% com a vida familiar, 76% com a vida profissional, 72% com a vida amorosa e 71% com a vida física. 43% são pessimistas com o país achando que o governo vai piorar, 39% pensa na piora da segurança pública e 38% avaliam que a saúde pública vai piorar. Por fim, 67% dos moradores são negros, 49% dos lares chefiados por mulheres, 87% dos adultos acessam internet um vez por semana e 97% dos jovens acessam regularmente, 31% dos moradores não têm conta em banco e 69% dos que têm conta consideram tarifas e taxas vilões, para 49%, motivo de escolha do banco sendo que 33% consideram aspectos de relacionamento os mais importantes. Dão mais valor a preço e qualidade, buscam custo-benefício na compra, dão mais importância à qualidade, 77%, preço, 74% e marca, 51%.
Em tempo: caso comparássemos a UE e o Brasil, diremos que somos tão diversos como os europeus porém de tamanhos semelhantes e nos últimos trinta anos a UE se expandiu a leste e ao norte, integrando países mais pobres com uma defecção de rico, ou, os ingleses. Quer dizer, viram na pobreza, mesmo com todos os percalços, defeitos ou mal entendidos, oportunidade de desenvolvimento.
Nossas favelas são também oportunidade de desenvolvimento em patamares sustentáveis na economia digital, meio ambiente, comércio e etc, pois está fortemente conectada e os dados apontam oportunidade. O ponto de partida é plataforma semelhante ao e-residency estoniano, um hub de startups, que teria início com cartão de identidade digital e endereço. O passo seguinte é a inserção da startup nos moldes dos serviços oferecidos, desde luz solar, rastreamento na cadeia de suprimentos, varejo e atacado, pequeno comércio, contabilidade, financeiro, microempréstimos e serviços ambientais de reciclagem, resíduos sólidos, água de reuso, urbanização, economia circular e etc, devidamente tokenizado por stablecoin atrelada ao ouro. O futuro urge.