sábado, 1 de fevereiro de 2020

Populações

A Polônia, segundo o censo eletrônico, ultrapassa pela primeira vez a Ucrânia em 5 milhões de pessoas. Em 2018, segundo o Eurostat, a população polonesa era de 37,98 milhões de habitantes e no caso ucraniano, o senso excluiu Crimeia ou Donbass, aí, mais de um milhão de pessoas. O senso ucraniano não se organizou no modelo tradicional e abrangente, contou cabeças usando celulares e outros indicadores sob risco de imprecisões. A redução ucraniana considera que 5 milhões deixaram o país para trabalhar no exterior, sendo que a Polônia abriga 2 milhões de ucranianos e a Rússia 3 milhões e meio enquanto um milhão trabalham na República Tcheca e Hungria. O detalhe é o aumento da renda real na Ucrânia em 10% ano passado, mas os salários continuam como o segundo mais baixo da Europa.
A mão-de-obra pode limitar expansão econômica na região central e sudeste da Europa pela queda na migração interna. Com os novos estados membros da UE oriundos da Europa Central, destino de investimentos pela proximidade com Alemanha e outros mercados, exibem como atrativos a força de trabalho qualificada e a experiência em setor automotivo a custo mais baixo. O aumento dos salários pelas condições apertadas estimulou consumo, deslocando crescimento das exportações em graus variados ao consumo doméstico, ajudando economias permanecerem resilientes com empresas investindo na eficiência e automação como resposta à falta de mão-de-obra. O Instituto de Estudos Econômicos Internacionais de Viena avalia que eficiência e automação foram respostas à falta de mão-de-obra impactando no resultado, otimismo ao futuro e migração laboral. Projeções de longo prazo da Divisão de População da ONU avalia que a região da CEE enfrenta catástrofe demográfica, com previsão de perda populacional de 40% até 2100. Isto de modo variado ao passo que todos os estados da CEE declínam naturalmente as populações e na República Tcheca e Rússia a migração dá sinais de desgaste em compensar a queda natural da população.
Moral da Nota: entre nós, a pesquisa 'Economia das Favelas, Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras' do Data Favela e Locomotiva encomendada pela Comunidade Door, avalia que o Brasil tem 13,6 milhões de pessoas nas favelas movimentando R$ 119,8 bilhões/ano, volume de renda maior que 20 das 27 unidades da federação. 89% dos moradores estão em capitais e regiões metropolitanas, sendo o Rio de Janeiro o único estado da Região Sudeste com mais de 10% da população vivendo em favelas. O Norte e Nordeste tem maior percentual vivendo em favelas, de 5% a 10%, com Amazonas, Pará, Maranhão e Pernambuco com mais de 10% da população favelada. Os moradores estão otimistas para 2020, com 80% otimista com a vida financeira, 80% com a saúde, 84% com a vida familiar, 76% com a vida profissional, 72% com a vida amorosa e 71% com a vida física. 43% são pessimistas com o país achando que o governo vai piorar, 39% pensa na piora da segurança pública e 38% avaliam que a saúde pública vai piorar. Por fim, 67% dos moradores são negros, 49% dos lares chefiados por mulheres, 87% dos adultos acessam internet um vez por semana e 97% dos jovens acessam regularmente, 31% dos moradores não têm conta em banco e 69% dos que têm conta consideram tarifas e taxas vilões, para 49%, motivo de escolha do banco sendo que 33% consideram aspectos de relacionamento os mais importantes. Dão mais valor a preço e qualidade, buscam custo-benefício na compra, dão mais importância à qualidade, 77%, preço, 74% e marca, 51%.
Em tempo: caso comparássemos a UE e o Brasil, diremos que somos tão diversos como os europeus porém de tamanhos semelhantes e nos últimos trinta anos a UE se expandiu a leste e ao norte, integrando países mais pobres com uma defecção de rico, ou, os ingleses. Quer dizer, viram na pobreza, mesmo com todos os percalços, defeitos ou mal entendidos, oportunidade de desenvolvimento.
Nossas favelas são também oportunidade de desenvolvimento em patamares sustentáveis na economia digital, meio ambiente, comércio e etc, pois está fortemente conectada e os dados apontam oportunidade. O ponto de partida é plataforma semelhante ao e-residency estoniano, um hub de startups, que teria início com cartão de identidade digital e endereço. O passo seguinte é a inserção da startup nos moldes dos serviços oferecidos, desde luz solar, rastreamento na cadeia de suprimentos, varejo e atacado, pequeno comércio, contabilidade, financeiro, microempréstimos e serviços ambientais de reciclagem, resíduos sólidos, água de reuso, urbanização, economia circular e etc, devidamente tokenizado por stablecoin atrelada ao ouro. O futuro urge.