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sábado, 5 de dezembro de 2020

Ondas marinhas de calor

Ondas marítimas de calor, ocorrem em períodos prolongados de tempo na superfície do mar apresentando valores anormalmente altos, com efeitos devastadores na vida marinha em qualquer lugar do oceano e a qualquer momento. Foi no Mediterrâneo no verão que ocorreu uma das primeiras ondas de calor documentada no mundo, episódio em que as temperaturas da superfície do mar ficaram entre 2ºC e 3ºC mais altas que o normal no verão por 30 dias. A frequência e duração das ondas de calor marinhas aumentaram nas últimas décadas em regiões do oceano global, com riscos crescentes aos ecossistemas marinhos exacerbados por atividades humanas como pesca excessiva e poluição.

Perdas econômicas e impacto ecológico de tais eventos extremos, vital para caracterizar o clima futuro, particularmente no contexto atual de mudanças climáticas. Relatório do IPCC sobre oceanos e criosfera informa alta probabilidade de ondas de calor futuras tornarem mais extremas, frequentes, de maior duração afetando superfícies maiores. O relatório afirma que terão maior intensidade e durante eventos extremos, as temperaturas máximas serão mais altas que as atuais associadas à ondas de calor acarretando tropicalização de comunidades marinhas, avanço de espécies invasoras deslocamento de fauna local e aumento da migração de espécies. A mortalidade de organismos com mobilidade zero ou reduzida aumentará, caso de bivalves, algas, fanerógamas ou corais, que habitam águas rasas com impacto negativo em setores como aquicultura e pesca, resultando em significativas perdas socioeconômicas.

Moral da Nota: ondas marinhas de calor são induzidas pelo aquecimento na superfície do oceano causado por aumento da temperatura do ar ou enfraquecimento dos ventos. Pode se desenvolver decorrente mudanças na cobertura de nuvens na atmosfera ou resultante de variações em áreas adjacentes nos movimentos horizontais ou verticais dos corpos oceânicos d'água. Tais mecanismos locais se ligam a variações climáticas em larga escala, como o El Niño e a oscilação do Atlântico Norte, modulando mecanismos locais.

Em tempo: o caso do Mediterrâneo apareceu nos verões 1999, 2003, 2006 e 2008 afetando grandes quantidades de espécies marinhas, com alta mortalidade inclusive com extinções, além de deterioração do habitat resultando em mudanças na composição das comunidades marinhas pelas altas temperaturas. Modelos climáticos regionais prevêem que, em cenário de mudança climática mais pessimista até o ano 2100, haverá pelo menos uma onda de calor no mar de pelo menos 3 meses por ano.