Em linha com o pioneirismo chinês na emissão de papel-moeda na Dinastia Tang de 618-907 d.C., popularizada na Europa e EUA no século XVII, base da economia moderna, emerge a moeda digital emitida pelo banco central da China como sistema de pagamento móvel e stablecoin chamado DCEP. O Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China informa que a organização trabalha há cinco anos no DCEP confiante que será introduzida pelo Banco Popular da China à sete instituições, ou, Banco Industrial e Comercial da China, China Construction Bank, Banco da China, Banco Agrícola da China, Alibaba, Tencent e Union Pay. O design do DCEP baseado em blockchain fornecerá ao PBoC supervisão sobre fluxos de dinheiro, dando controle sobre a economia que a maioria dos bancos centrais não possui. O DCEP atrelado 1:1 ao yuan chinês, buscará tornar-se moeda global dominante como o dólar dos EUA; não será possível minerar ou apostar na rede DCEP.
A lei de criptografia chinesa instou a comunidade de tecnologia do país, acelerar esforços na adoção blockchain. A China domina patentes globais blockchain e, conforme estudo do Comitê Central do Bureau Político do Partido Comunista Chinês, existem mais de 700 empresas blockchain no país. O PBoC informa que o número de empresas chinesas blockchain no mercado negro é 40 vezes maior ou 28 mil, com 25 mil dessas empresas emitindo seus próprios ativos de criptografia avaliados em mais US$ 15 bilhões. A CipherTrace informa no último relatório que estimou a atividade de crimes com criptografia em US$ 4,4 bilhões, observando aumento de 150% em relação ao ano anterior. A Força-Tarefa de Ação Financeira, órgão fiscalizador monetário global, informa que o aumento se deve a criminosos constantemente desenvolvendo métodos novos e sofisticados ofuscando fluxo de fundos ilícitos via dispositivos móveis em blockchain.
Moral da Nota: a Iniciativa Rota da China, BRI, é plano massivo de livre comércio envolvendo mais de 130 países da Ásia, Europa, África e América do Sul, criando a Rota da Seda Digital do século 21 e transformando a China em superpotência cibernética. Alibaba e Tencent já lideram nos pagamentos digitais móveis transfronteiriços, afastando o dinheiro físico e controlando de modo coletivo 90% do mercado de US$ 17 trilhões em pagamentos móveis, além de compartilhar entre eles 1,5 bilhão de usuários. Bom lembrar que comerciantes da Rota da Seda Digital, enviam pagamentos de Hong Kong às Filipinas em alguns segundos via carteiras digitais móveis blockchain da Alipay e WeChat Pay.
Rodapé: a Huawei implementou o primeiro esquema de codificação de canais do mundo, códigos polares, pioneiro pela professora Dra. Erdal Arikan, e colabora com o PBoC em projetos de pagamento de blockchain móvel. A China Telecom desenvolve cartões SIM 5G, habilitados à blockchain, e assim, tornar-se uma das principais plataformas do mundo à transações de ativos de criptografia em dispositivos móveis. Por fim, serviços 5G foram lançados em mais de 50 cidades chinesas criando uma das maiores redes 5G do mundo com até 110 milhões de usuários 5G.