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sexta-feira, 7 de maio de 2021

Fios da moda

A consultoria McKinsey nos informa que o setor têxtil representa 6% das emissões globais de gases de efeito estufa, abrangendo de 10 a 20% do uso total de pesticidas. Em segunda etapa, lavagem, solventes e corantes usados na fabricação respondem por um quinto da poluição industrial da água, enquanto a moda é responsável por 20 a 35% do fluxo de microplásticos ao oceano. Neste quadro, emerge o relatório “Fios da Moda” com informações sobre produção e impactos ambientais do algodão, poliéster e viscose, aparecendo o Brasil como o segundo maior exportador de algodão do mundo, cultura que consome o dobro de agrotóxicos aplicados no cultivo da soja e com maiores impactos no Cerrado. Outra questão é o descarte que só no centro de São Paulo estima-se mais de 60 toneladas descartados de resíduos têxteis/dia, sendo que o poliéster leva até 400 anos para se decompor.

Considerando o preço de uma peça nova de roupa há um custo sócioambiental invisibilizado na etiqueta sendo que na produção das fibras mais utilizadas pela indústria da moda, algodão, viscose e poliéster, há um longo caminho envolvendo a cadeia produtiva passando pelo uso do solo, toxicidade nos processos de plantio e fabricação, uso de água e energia, emissões de gases efeito estufa, GEE, mão de obra envolvida no processo e descarte de resíduos. O relatório “Fios da Moda" é a primeira publicação brasileira a analisar tais impactos. Publicado pela Modefica, plataforma de moda focada em sustentabilidade, em parceria com a Regenerate Fashion e a Fundação Getulio Vargas, avalia de modo qualitativo e quantitativo quanto as fibras têxteis contribuem à crise climática e desigualdade social. A autora do relatório informa que há no Brasil sobre a indústria da moda, produção de informações e dados de modo precário refletindo que “se estamos vivendo a década final da questão do clima para redução de emissões de CO2, é alarmante que as empresas de grande porte não façam mensuração das emissões de CO2”. A coordenadora do Modefica avisa que “se não se produzem dados, não enxergamos o problema, se não olhamos o problema, não vamos agir sobre ele”. Considerando as etapas de confecção, do plantio de algodão ao varejo, o Brasil é referência mundial em jeans e moda praia e a cadeia produtiva fragmentada com grande número de fornecedores, dificulta a rastreabilidade dos impactos causados ao longo das etapas do processo produtivo. Por ano são produzidas no Brasil cerca de 9 bilhões de peças de roupa destinadas ao mercado interno, com faturamento de US$ 48,3 bilhões em 2018. Como exportador de vestuário o país ocupa o 83º lugar, no entanto, em se tratando da exportação de commodities como algodão por exemplo, o Brasil é o segundo maior exportador estando entre os principais exportadores de polpa de celulose solúvel, matéria-prima proveniente da madeira que dará origem à viscose.

Moral da Nota: a IBM é parceira da empresa têxtil KAYA & KATO na criação de rede blockchain para rastrear a produção sustentável de roupas, sendo que a plataforma busca transparência no processo de criação do produto com apoio do Ministério Federal Alemão ao Desenvolvimento Econômico, BMZ. Focada em mais transparência no processo de fabricação a plataforma afronta necessidades dos clientes no processo de fabricação de roupas, da origem das vestimentas e fibras a finalização do produto final, permitindo consumidores saber se suas roupas são produzidas de modo sustentável. A implementação blockchain documentará e rastreará a cadeia de abastecimento têxtil permitindo fornecedores de algodão orgânico e clientes da KAYA & KATO, acompanharem origem dos tecidos e entenderem cada etapa de produção e distribuição. Pesquisa IBM mostra que 77% dos consumidores disseram que a sustentabilidade é importante e 57% dos entrevistados afirmaram disposição de mudar hábitos de compra para reduzir o impacto negativo no meio ambiente. A tecnologia blockchain prova aplicabilidade em setores como fabricação de automóveis, mineração, eletrônica, cultivo e distribuição de alimentos com vantagens em ambientes altamente especializados como o aeroespacial. A Thales por exemplo, gigante aeroespacial, anunciou que usaria blockchain no desenvolvimento do sistema de gestão digital para melhor conectividade interna entre suas aplicações, cumprindo assim, padrões da OTAN.


sábado, 30 de janeiro de 2021

Moda e pegada de carbono

A Covalent, marca de produtos de moda lançada pela Newlight Technologies, utiliza o IBM Blockchain no IBM LinuxONE permitindo rastreamento da pegada de carbono e da cadeia de suprimentos de acessórios de moda sustentáveis, de óculos a bolsas, ​​com base em AirCarbon. Produtos sustentáveis ​​motivam os  consumidores, sendo que estudo da IBM mostra que 57% ​​estariam dispostos a mudar hábitos de compra reduzindo impacto ambiental. Os produtos Covalent feitos com AirCarbon, um biomaterial desenvolvido através de microorganismos podendo ser fundido e usado como alternativa à fibra, plástico ou couro. Utilizado na fabricação via de energia renovável faz com que o AirCarbon, certificado como carbono negativo pela Carbon Trust, reduza a quantidade de carbono no ar. Produtos da Covalent em AirCarbon fornecem nível de rastreabilidade através da aplicação da tecnologia IBM Blockchain.

Nesta trilha, a SFOX e a Universal Protocol Alliance, UPA, são parceiras em acessibilidade ao token Universal Carbon combatendo mudanças climáticas globais. SFOX é Crypto broker e associado a Universal Protocol Alliance, UPA, torna o token de Carbono Universal, UPCO2, acessível a diferentes carteiras ou bolsas digitais. A UPA lançou em 2020 o Carbono Universal, UPCO2, token de crédito de carbono REDD + negociável, sendo que os UPCO2s são tokens de crédito de carbono voluntários construídos na cadeia de blocos Ethereum. Cada token UPCO2 representa uma tonelada anual de emissões de CO2 evitadas, verificada por unidades de carbono nos registros da Verra e agências de padronização em tempo real, garantida pelos tokens ERC-20 construídos pela Universal Protocol Alliance. “Com a demanda por créditos de carbono ultrapassando em 2020 a oferta de 4:1, segundo o Banco Mundial, o token UPCO2 democratiza a nova classe de ativos levando a preço global de compensação ao carbono, semelhante ao que ocorre com o petróleo e ouro, alocando recursos diretamente em projetos ambientais”.

Moral da Nota:  um número exclusivo de 12 dígitos em cada produto Covalent, "Data de carbono", representa a hora que o AirCarbon foi criado para confeccionar o produto, pode ser inserido no site Covalent e rastrear etapas executadas na criação do item. A cadeia de suprimentos dá vida ao produto armazenado em livro-razão blockchain, se estendendo do momento que o AirCarbon foi formado e moldado em produto à informação que verificou impressão digital e quando foi movido ao armazém. A Covalent cria experiência com o cliente e oportunidade aos consumidores entenderem como suas escolhas impactam o ambiente. O parceiro de negócios IBM Cognition Foundry, provedor de serviços e integrador de sistemas, permite a Covalent hospedar sua solução IBM Blockchain no IBM LinuxONE, servidor para cargas de trabalho de missão crítica.