No livro The Age of Surveillance Capitalism, Shoshana Zuboff, professora da Harvard Business School, ensina que vivemos um mercado de previsão do comportamento humano em que grandes empresas e corporações coletam dados comportamentais com novas tecnologias e começam construir o combustível essencial que move o capitalismo como sistema econômico. Direitos à privacidade exigem estrutura voltada ao futuro delineando de parâmetros de privacidade, sob a égide de tecnologias emergentes evitando invasões, violações e problemas. Há tipos diferentes de privacidade ou privacidade do corpo, identidade, finanças, dados, localização, território e correspondência.
Na década de 1980 consequente à corrupção, a criptografia era considerada em vários países arma de nível militar, com muitos deles, tentando proibir porque não queriam que as pessoas tivessem acesso à comunicação privada, daí, emerge a privacidade de correspondência e comunicação no que diz respeito ao direito à comunicação privada. Outro tipo de privacidade refere-se à privacidade em transações e interações financeiras, ou, privacidade financeira, quando em 31 de outubro de 2008, Satoshi Nakamoto lançou white paper do Bitcoin inaugurando nova era de privacidade financeira pós crise econômica de 2008, através de nova rede tecnológica chamada blockchain emergindo a privacidade de movimento inserida na localização e território. A privacidade se relaciona à liberdade de movimento sem ser constantemente rastreado, ponto de discussão na pandemia, quando o mundo aprende o modo desafiador que a proteção da privacidade dos usuários precisa ser considerada nos estágios iniciais do projeto de produtos, especialmente ao lidar com dados, considerando propriedades blockchain como meio de aumentar o nível de privacidade. Partícipes da rede dependendo das funções na empresa, podem acessar dados específicos do sistema, bloqueados ou limitados a outros, como exemplo, o corretor que não precisa conhecer o conteúdo de um contêiner de remessa específico mas apenas que chegou. A privacidade não é comum no dia a dia dos consumidores, com a maioria sacrificando-a voluntariamente por conveniência ou acesso gratuito, aceitando cookies, Wi-Fi gratuito, navegação na web rastreada, etc.
Moral da Nota: a utilização de criptomoedas para fins de terrorismo e crimes é discutido com casos de ransomware, malware que restringe acesso aos sistemas e dados de um usuário exigindo resgate para torná-los acessíveis novamente, como na região do Lazio onde hackers exigiram resgate em Bitcoin. Anonimato e velocidade de transferência são armas que as criptomoedas oferecem a criminosos e terroristas com países usando criptomoedas para contornar embargo promovido pela comunidade internacional. O anonimato das criptomoedas é adequado aos que desejam cometer atividades ilícitas, com terrorismo online tornando moedas digitais ferramenta para financiar atividades criminosas. Estimativas da Universidade de Sydney, avisam que 43% das transações de criptomoedas são usadas para atividades criminosas, cerca de 72 bilhões de dólares e segundo Rob Wainwright, ex-diretor da Europol, representam de 3 a 4 bilhões de euros, cerca de 3 a 4% dos lucros ilícitos lavados anualmente na Europa. A América Latina e Caribe sediaram escândalo de lavagem de moeda virtual em 2013, lavando US$ 6 bilhões em transações ilícitas relacionadas ao tráfico de drogas, fraude de investimento, de cartão de crédito e roubo de dados. Em 2019, a Austrália aprovou a “Lei de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo“, criando força-tarefa de tecnologia para lidar com o rastreamento de movimentos de dinheiro em moeda digital.