Halving do Bitcoin, redução do Bitcoin pela metade, previsto para 2024, poderá influenciar o mercado consistindo em um dos eventos mais significativos no mundo das criptomoedas, marcando ponto crítico à mineradores e investidores, à medida que nos aproximamos do próximo agendado provisoriamente para abril de 2024, sendo essencial compreender o que é o evento e a base da criptomoeda envolvida. O Bitcoin, primeira criptomoeda, é estrutura de dados descentralizada que deu início ao mundo das criptomoedas, proposto em 2008, foi concebido como solução econômica na dinâmica deflacionária e certeza programável, contrastando com sistemas econômicos tradicionais, funcionando em economia livre e descentralizada, sem intermediários, oferecendo transações diretas e imediatas com oferta finita de 21 milhões de unidades, concebido para ser escasso e, sua emissão é controlada e previsível, ao contrário das moedas tradicionais sujeitas a políticas governamentais e econômicas inflacionárias. O halving do Bitcoin é evento programado no protocolo Bitcoin que reduz pela metade recompensas dadas aos mineradores pela adição de um novo bloco ao blockchain, evento que ocorre a cada 4 anos, componente crítico no design Bitcoin para controlar fornecimento de novos bitcoins e gerenciar sua inflação, introduzido por Satoshi Nakamoto como meio de simular escassez e declínio do valor na produção de uma commodity, semelhante à mineração de ouro e, assim como o ouro se torna mais escasso e difícil de extrair ao longo do tempo, recompensas do Bitcoin diminuem à medida que mais blocos são extraídos, além disso, a estrutura bitcoin garante que o número de bitcoins emitidos nunca exceda 21 milhões, tornando-o moeda digital deflacionária, ao contrário das fiduciárias que sofrem inflação por impressão descontrolada. A redução nas recompensas por bloco tem impacto direto nos mineradores Bitcoin e, cada redução reduz à metade a receita da mineração de novos blocos levando a queda de rentabilidade, especialmente dos mineiros com equipamentos menos eficientes ou acesso a eletricidade mais cara, evento que pode levar a reestruturação na indústria mineira Bitcoin, onde apenas os mais eficientes e com acesso a eletricidade barata permanecem rentáveis.
Um dos efeitos mais evidentes do halving é o impacto no preço do Bitcoin, reduzindo oferta de novos bitcoins, aumentando perda de dinheiro e seu valor, essa é a teoria, na prática, o preço do Bitcoin depende de outros fatores como demanda, competência, regulamentação, inovação, etc, no entanto, o halving coincidiu com momentos altistas da história do Bitcoin. Cada redução à metade tem características e circunstâncias influenciando comportamento dos investidores, mineiros, desenvolvedores e reguladores, por exemplo, a redução pela metade de 2020 foi produzida em meio a crise sanitária e econômica global que afetou oferta e demanda Bitcoin enquanto a redução pela metade de 2024 ocorreria em contexto diferente com mais competência, mais adoção e mais regulamentação. Outro efeito é o impacto na segurança da rede Bitcoin e, ao reduzir ingresso dos mineradores, o halving faz com que alguns deixem de participar do processo de validação das transações diminuindo o poder de cálculo da rede e, portanto, sua resistência aos ataques, no entanto, este risco pode ser mitigado com outros incentivos como comissões de transação que aumentam quando a rede está congestionada, ou, a revalorização do preço do Bitcoin que compensa a menor recompensa por bloco. O halving tem efeito positivo na segurança reduzindo possibilidade de um ator ou grupo controlar mais de 50% do poder do computador, se devendo ao fato de encarecer e aumentar a dificuldade da mineração e, apenas os mais eficientes e comprometidos se mantém no negócio, assim, favorece descentralização e diversidade, tornando-o mais robusto e confiável, podendo ser catalisador para que se consolide como alternativa ao sistema financeiro tradicional oferecendo dinheiro mais transparente, democrático, escasso e resistente à censura, beneficiando milhões, portanto, meio de registrar e reforçar vendas e atrair pessoas ao ecossistema cripto. Por fim, é evento gerando expectativa e especulação, no entanto, não é fator único determinante do futuro da criptomoeda já que Bitcoin é projeto vivo e dinâmico enfrentando desafios e oportunidades, internos e externos e, sendo a redução pela metade parte do design Bitcoin, não a única, ao lado do código, comunidade, inovação, competência e regulamentação.
Moral da Nota: vale introduzir o conceito de Bitcoin Ordinals como protocolo que permite satoshis individuais, SATs, em blockchain Bitcoin receberem identificador exclusivo e transacionados com dados extras anexados, considerando que um satoshi é a menor unidade da moeda bitcoin havendo 100 milhões de satoshis em um único bitcoin, daí, o protocolo creditado a Casey Rodarmor permite que tokens não fungíveis, NFTs, sejam criados na blockchain Bitcoin, com NFTs de Bitcoin podendo ser chamados de NFTs Ordinais. Os bitcoins eram fungíveis, intercambiáveis, e um satoshi na blockchain não podia ser diferenciado de outro, no entanto, o protocolo da Rodarmor mudou isso aproveitando 2 atualizações do protocolo Bitcoin original, ou, a Segregated Witness, SegWit, e Taproot que introduziu novo tipo de formato de endereço Bitcoin que o protocolo Bitcoin Ordinals usa para identificar satoshis específicos. A atualização do Segregated Witness permite que informações da testemunha, conhecidas como script de testemunha, fossem dissociadas dos dados da transação e armazenadas em estrutura de dados separada na blockchain, mudança que aumentou o tamanho do bloco do Bitcoin e possibilitou usuários inscrever dados de imagem e vídeo no script de testemunha com assinaturas digitais e informações de validação e, para criar um Ordinal NFT, o usuário deve enviar um SAT ordinal à carteira compatível com Taproot e incluir, inscrever, dados e metadados como parte da transação e, uma vez extraída, a inscrição é gravada no primeiro satoshi do resultado inicial da transação. O Bitcoin Ordinals gerou debate na comunidade criptográfica com os críticos argumentando que os ordinais satoshi inscritos usam espaço do bloco de modo ineficiente que acabarão por levar ao aumento das taxas de transação do Bitcoin e a tempos de transação mais lentos aos usuários na rede, sendo que os proponentes dos Bitcoin Ordinals, no entanto, estão interessados em como o protocolo pode ser usado para expandir o uso do Bitcoin além das transações financeiras considerando que além de criar NFTs Ordinais, por exemplo, o protocolo seria usado para anexar satoshis ordinais a tokens de segurança individuais ou stablecoins, permitindo contratos inteligentes Bitcoin e apresentando a criptomoeda à público mais amplo.