quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Associação

A AstraZeneca, farmacêutica que desenvolveu uma das vacinas contra a COVID-19, se associa a Absci, empresa estadunidense de produtos biológicos com IA,  para combater o câncer, com nota do Financial Times esclarecendo investimento de  US$ 247 milhões em investigação e desenvolvimento, pagamentos por metas alcançadas e tarifa inicial à Absci,  além de royalties sobre vendas de produtos, colaboração, que tem como objetivo criar modelo IA generativa zero-shot que trabalha na criação de tratamentos com anti-corpos ao câncer sem especificar o tipo de câncer envolvido. O site da Absci afirma que IA examina “milhões de células” semanalmente, passando de anticorpos a candidatos validados no “laboratório” em 6 semanas e atualmente,  participa de 17 projetos ativos enquanto o vice-presidente sênior da AstraZeneca diz que "IA permite não apenas aumentar sucesso e velocidade do processo de descoberta de produtos biológicos, mas melhorar diversidade dos produtos" e o  CEO da Absci, confirma a associação, declarando que a AstraZeneca ajuda aprovar o trabalho em IA. A colaboração da Absci com a AstraZeneca visa modelo IA generativa de injeção zero, projetado para criar terapêuticas de anticorpos novos e aprimorados e, assim, projetar candidatos a medicamentos ideais com base na afinidade alvo, segurança, capacidade de fabricação e outras características.

A IA ganha impulso na indústria da saúde e acelera investigação e precisão da análise de dados, com a Autoridade Hospitalar de Hong Kong revelando lançamento de piloto IA para combater organismos multi resistentes ou super bactérias em que IA analisa dados clínicos para determinar necessidade de tomar antibióticos cujo uso excessivo causa aumento de super bactérias resistentes, enterococos resistentes à vancomicina e à Candida auris. Relatório do South China Morning Post avisa que o aumento da prevalência de organismos multirresistentes, ou super bactérias,  é produzido devido a redistribuição dos recursos destinados ao combate à pandemia nos últimos 3 anos, com o  chefe de controle de infecções da autoridade declarando que "número significativo de salas de isolamento foi atribuído a pacientes de Covid-19, deixando menos salas disponíveis aos infectados por MDRO.” A pandemia aumentou as prescrições de antibióticos de amplo espectro, provocando desenvolvimento de resistência nas super bactérias e, de acordo com a autoridade, a taxa de resistência dos enterococos resistentes à vancomicina aumentou de 0,22% em 2021 à 1,2% em 2023, sendo que pacientes portadores desses micro organismos aumentaram de menos de 40 em 2021 à 140 em 2023. Descoberto em Hong Kong em 2019 o aumento de portadores de Candida auris, saltando de 200 em 2020 à 300 em 2023 com 10% dos indivíduos que abrigam este fungo  evoluindo em infecções invasivas, com risco de mortalidade entre 53% e 83,3% e, para combater o problema, a Autoridade Hospitalar lança projeto piloto IA no Hospital Príncipe de Gales de Sha Tin e Hospital Princesa Margaret de Kwai Chung, em que  IA analisa dados clínicos para determinar necessidade de prescrição de antibióticos, partindo de um único tipo de antibiótico e ampliando a outros 17 hospitais públicos. Não é a primeira vez que se utiliza IA para combater resistência aos antibióticos, em maio de 2023, ajudou pesquisador do Instituto Tecnológico de Massachusetts e da Universidade McMaster identificar antibiótico capaz de eliminar bactéria responsável por infecções resistentes aos medicamentos, a Acinetobacter baumannii.

Moral da nota: tribunal federal de apelações de Nova Orleans estuda proposta que obriga advogados confirmar uso de programas IA para redigir  escritos, afirmando ou bem a revisão humana, independente da exatidão do texto gerado ou nenhuma utilização IA nas apresentações perante o mesmo,  proposta normativa aplicada a advogados e litigantes sem representação legal que possa ser comparada perante a instituição. O anúncio do Quinto Tribunal de Apelação dos EUA, revela o que parece ser a primeira proposta de norma entre os 13 tribunais federais de apelação do país, centrada na utilização de ferramentas IA generativa, incluindo ChatGPT da OpenAI, por parte de advogados que se apresentaram antes do tribunal. O regulamento sugerido deve ser aplicado a advogados e litigantes sem representação legal que possam ser comparados ao tribunal, obrigando-os confirmar que, se for utilizado programa de IA para produzir apresentação, se avaliará precisão das citações quanto análise jurídica e, se anularem apresentações dos advogados que forneçam informações imprecisas sobre adesão à norma e se poderão impor sanções, como indicado na proposta, no entanto, o Quinto Tribunal de Apelação está aberto a comentários públicos sobre a proposta. A introdução da proposta coincide com a proliferação de programas IA generativa, como o ChatGPT e a necessidade de salvaguardas para incorporar tecnologia na evolução dos tribunais, além de contatos associados aos advogados que utilizaram IA adquiriram relevância quando advogados de Nova York enfrentaram sanções por apresentar documento jurídico que continha 6 citações de casos fabricados por ChatGPT, ao passo que o Tribunal do Distrito de EE.UU ao Distrito Este do Texas introduziu  norma, em vigor, que obriga advogados que utilizam programas IA para "avaliar e autenticar conteúdo gerado por computador", por fim, o tribunal afirmou que "com frequência, o resultado das histórias pode ser incorreto do ponto de vista prático ou jurídico" destacando que IA "nunca deve substituir pensamento abstrato e a capacidade de resolução de problemas dos advogados."