sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Declaração de Paro

Na 75ª sessão da reunião da OMS no Butão, o Comitê adotou a Declaração de Paro buscando impulsionar como abordar saúde mental através da atenção primária e o envolvimento da comunidade. A Declaração de Paro pede financiamento à redes de saúde mental comunitárias e fornecimento contínuo de medicamentos e reabilitação aos países membros da região do Sudeste Asiático da Organização Mundial da Saúde, comprometendo-se fornecer acesso universal a serviços e cuidados de saúde mental. O Dr. Poonam Khetrapal Singh, diretor regional da OMS, em comunicado explicou que aumentar investimento em saúde mental reduz  custos de tratamento e aumenta produtividade, emprego e qualidade de vida. Países membros concordam desenvolver metas específicas à cada um para alcançar serviços de saúde mental orientados à atenção primária universal e integrar no planejamento, implementação e avaliação de políticas. No Sudeste Asiático, uma em cada sete pessoas vive em média com uma condição de saúde mental,  acrescentando que o sofrimento pessoal e econômico causado pela pandemia aumentou lacunas na abordagem dos desafios da saúde mental.Os países membros se comprometem priorizar espaço fiscal à saúde e  cobertura universal, garantindo investimentos adequados à serviços de saúde mental nos níveis primário e secundário, mobilizando  recursos adicionais necessários em parceria com partes interessadas locais e internacionais.

As mudanças climáticas estão afetando negativamente a saúde, com a OMS avisando que entre 2030 e 2050, espera-se que causem 250 mil mortes adicionais/ano por desnutrição, malária, diarreia e estresse por calor. O ambiente e o clima em constante mudança levam a temperaturas mais altas, mudanças na precipitação, aumento na frequência ou intensidade de alguns eventos climáticos extremos e aumento do nível do mar, mudanças, que afetam alimentos e água que consumimos. “A mudança no clima impõe riscos à saúde, incluindo aumento do risco de doenças respiratórias e cardíacas, lesões e mortes prematuras pelas condições extremas, aumento da incidência de doenças transmitidas por alimentos e água. De acordo com a UNICEF, 'crianças na Índia correm risco de impactos climáticas', experimentando efeitos cada vez mais graves nas últimas décadas enfatizando que está localizada em região vulnerável com derretimento das geleiras do Himalaia ao norte, longa linha costeira ao redor que traz ciclones e inundações às comunidades costeiras e má qualidade do ar na maioria das cidades, contribuindo à deterioração da saúde especialmente em recém-nascidos. O Escritório da ONU para Redução do Risco de Desastres avalia que “em 2019 a Índia foi o 7º país ‘mais afetado’ por mudanças climáticas com o número de inundações subindo à 90 em 10 anos, de 2006 a 2015, contra 67 na década anterior entre 1996 e 2005. Relatório do Banco Mundial em 2018 avalia que as 30 cidades do mundo com o ar mais poluído em 2020 estavam na Índia. enquanto isso, o aumento das temperaturas e mudança em padrões de chuva das monções por mudanças climáticas custam ao país 2,8% do PIB e deprimirá  padrões de vida de quase metade da população até 2050. Em suma,estudos mostraram que as mudanças climáticas têm potencial de causar danos econômicos significativos e, de acordo com o FMI, é externalidade global  as emissões de um país afetarem todos os demais aumentando estoque de gases que aquecem a atmosfera. 

Moral da Nota: o Comunicado da OMS sobre a Declaração de Paro avalia necessidade de  "replicar e ampliar modelos bem-sucedidos e intervenções inovadoras, aproveitando tecnologias digitais e telemedicina, melhorando acesso aos serviços e capacitação dos profissionais usando evidências e dados para melhorar o programa, buscando resistir a futuros impactos na saúde mental exacerbados por emergências humanitárias, mudanças climáticas e desacelerações econômicas". “A declaração chama  países membros desenvolver e implementar políticas multissetoriais para lidar com riscos à saúde mental, reduzindo lacunas de tratamento exacerbadas pela COVID-19 garantindo serviços a todos, perto de onde vivem, sem altos custos financeiras”. A revista The Lancet Planetary Health informou que Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte nos EUA, observaram que o calor ambiente a noite pode interromper a fisiologia normal do sono. O estudo descobriu que a intensidade média dos eventos noturnos quentes quase dobrará até 2090, de 20,4  º C para 39,7 º C em 28 cidades no leste da Ásia, aumentando carga de doenças pelo calor excessivo que interrompe o sono normal. Avalia que menos sono leva a danos no sistema imunológico e risco maior de doenças cardiovasculares, crônicas, problemas de saúde mental e inflamação. Mostra ainda que a frequência e intensidade média das noites quentes aumentariam mais de 30% e 60% por volta de 2100, em comparação com um aumento de menos de 20% na temperatura média diária e excesso de calor em 28 cidades na China, Coreia do Sul e Japão entre 1980 e 2015. Aplicando dois cenários de modelagem de mudanças climáticas que se alinharam com cenários de redução de carbono adaptados pelos respectivos governos nacionais, a equipe estimou que entre 2016 e 2100, o risco de morte por noites quentes aumentaria quase seis vezes.