Considera-se como pegada de carbono a metodologia criada por William Rees e Mathis Wackernagel na década de 1990, buscando medir emissões de gases estufa na atmosfera, independente do gás emitido e convertido em carbono equivalente. Tais emissões são provenientes de produtos, serviços ou processos ao longo do seu ciclo de vida pela queima de combustíveis fósseis, criação de gado em pastagem, desmatamento e fabricação de sacolas plásticas por exemplo, atividades onde há emissão de gases efeito estufa. Lembrar que gases estufa se acumulam na atmosfera causando mudanças climáticas, daí, quanto maior a pegada de carbono maior o efeito negativo na vida do planeta.
Entre nós, a Gol é a primeira companhia aérea em parceria com a MOSS, compensar a emissão de carbono em blockchain inserido no lançamento entre Wrapped e MOSS do Eco BTC, eBTC, primeiro ativo do mundo em Bitcoin e neutro em carbono. Na primeira fase, clientes que comprarem passagens de viagens da Gol escolherão se querem compensar a própria emissão de carbono no translado aéreo, podendo fazer as compras do MCO2 no site da MOSS. No segundo momento a compensação da emissão de carbono será feita apoiando projeto de reflorestamento parceiro da companhia aérea, iniciativa, que envolve a MOSS como parceira sendo que a compensação de carbono recebe certificado digital com detalhes na iniciativa. O Moss Carbon Credit, MCO2, segundo estimativa da Moss, deve se valorizar em futuro próximo, baseado em estudos do mercado financeiro sobre o preço de créditos que representam emissão de carbono na atmosfera. O preço atual do MCO2 é de R$ 41,12, negociado em 2 exchanges, Uniswap V2, R$ 17.927, e ProBit, R$ 275,02, com recente alta histórica de R$ 86,30 há 2 meses. Ainda entre nós, a iFood busca zerar sua pegada de carbono com tokens de crédito de carbono, em tendência mundial por governança e operações sustentáveis, via comnpra de tokens de crédito de carbono da Moss.Earth. O plano da iFood chamado de Regenera pretende eliminar as emissões de carbono da companhia até 2025, zerando todas emissões dos gases efeito estufa, tendo como primeiro passo a expertise da Moss.Earth que criou inventário sobre emissões das entregas realizadas em 2020. Foram emitidas 128 mil toneladas de CO2 e, sua neutralização, segundo o iFood, será feita através de "investimento em projetos de preservação ambiental e reflorestamento". De início a iFood com blockchain pretende tirar 4 mil toneladas de lixo das praias do Rio de Janeiro em parceria com a startup Polen, equipando quiosques da orla com pontos de coleta voluntária até 2024, espaços de estimulo a frequentadores das praias ajudarem na separação correta dos resíduos. Serão 325 pontos de entrega nos 35 quilômetros de praia com resíduos levados ao centro de triagem para separação, compactação e venda por empresas de reciclagem. A Polen utilizará blockchain para tokenizar a ação, possibilitando negociação dos tokens entre empresas envolvidas estimando que as 4 mil toneladas sejam convertidas em R$ 1,7 milhão, considerando que em 2019, o projeto Recicla Orla recuperou mais de 70 toneladas de lixo com tecnologia blockchain.
Moral da Nota: blockchain não é milagroso nem panacéia, daí, produtores de carne no Brasil enfrentarem pressão internacional para certificar produção via tecnologias emergentes. O Brasil concentra 46% dos abates de bovinos na Amazônia legal, no entanto, já preocupa grandes empresas como JBS e Marfrig em relação a sustentabilidade com saldo de 10 milhões de cabeças de gado abatidas em áreas protegidas da floresta, segundo o Ministério da Agricultura. A JBS, Marfrig e Minerva, ainda não conseguem certificar produtos com selo de sustentabilidade mesmo com investimentos recentes em blockchain e monitoramento via satélite, garantindo que a questão está nos "pontos cegos" da cadeia de produção, ou, fazendas terceirizadas pelas quais passam os animais antes de chegar às parceiras diretas das empresas, no entanto, tem meta de garantir produção de carne sustentável até 2025 comparando com outros países que já avançaram no setor. A Marfrig não tem controle sobre 40% da carne processada em suas fábricas e criou cadastro de fornecedores indiretos para validar informações junto a órgãos ambientais e a JBS lançou sistema blockchain com 100 mil fornecedores cadastrados, dos quais 11 mil já foram bloqueados por questões ambientais.