Antes da tecnologia blockchain, o partícipe da rede utilizava seu próprio banco de dados levando a alto custo e ineficiência decorrente ao crescimento exponencial do número de usuários na rede e validação da demanda de dados. A redução de custos veio com a manutenção de banco de dados único, redução da frequência e custo das interações entre partícipes.
Sob esta visão o Yuan digital busca, sob o ponto de vista chinês, proteção da soberania monetária melhorando eficiência do sistema de pagamento cujas transações sem conta bancária por exemplo, só exigem abertura de uma carteira DC/EP (Digital Currency Eletronic Payment). A carteira DC/EP precisa de informações do Know Your Customer por razões de financiamento, contra lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, anticorrupção e financiamento terrorista. A Integração com contratos inteligentes foi usada para pagar subsídios de transporte público aos funcionários do governo, no entando, a tecnologia blockchain no atual estágio tem problemas de segurança e não lida com a alta simultaneidade de pagamento, daí, o governo chinês não usar blockchain na emissão da moeda digital. O yuan digital adota sistema de duas camadas para emissão e distribuição, em que o banco central do país emite a DC/EP para bancos ou outras instituições financeiras, que distribuem a moeda digital ao público. A emissão de DC/EP é centralizada e a circulação pode se basear em sistemas tradicionais de contas financeiras ou blockchains, sendo que os requisitos para abrir uma carteira DC/EP são menores que para abrir conta de depósito RMB.
Moral da Nota: a China convidou bancos, empresas de telecomunicações e internet que registraram o maior número de patentes blockchain do mundo, em áreas com alto requisito no compartilhamento de informações confiáveis e baixo requisito em competições como liquidação de transações, financiamento comercial ou transferência de direitos de propriedade. Os bancos chineses exploram desde 2016 a tecnologia blockchain em vários segmentos, aí, se incluem: a Plataforma Blockchain do Trade Finance da Área da Baía, iniciada pelo banco central e lançada em 2018 com adesão de 38 bancos à plataforma com volumes de negócios acima de 87 bilhões de yuans chineses. O primeiro aplicativo blockchain criado por um regulador nacional e lançado em 2019, foi a Administração Estatal de Plataforma de Serviço de Comércio Internacional de Câmbio para Câmbio Estrangeiro. Em 2020, a plataforma concluiu um total de US$ 13,9 bilhões em empréstimos financeiros a receber, possuindo 170 bancos atendendo a 2.276 empresas sendo que 70% são Pequenas e Médias Empresas, PME. A fatura eletrônica blockchain lançada em 2018 foi iniciada pelo Departamento Municipal de Impostos de Shenzhen e Tencent e em 2020, mais de 18 milhões de faturas eletrônicas blockchain foram emitidas por 15 mil empresas.