O atum contém pequenas doses de mercúrio conforme pesquisa da Universidade da Califórnia, que recolheram amostras de cabelo dos alunos detectando níveis acima dos recomendáveis pela EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, em 54% dos alunos. Segundo a professora-adjunta da UC Santa Cruz, “não significa que os estudantes sofrem efeitos de toxicidade, mas já é um nível ao qual se recomenda reduzir a exposição ao mercúrio”. Já pesquisa da Fiocruz constatou contaminação por mercúrio entre os Ianomâmi com 272 amostras de cabelo analisadas no Instituto Evandro Chagas, indicando que 56% estava com índice acima do limite da OMS de 2 microgramas de mercúrio/grama de cabelo examinado. Em 4% da população analisada havia concentrações acima de 6 microgramas de mercúrio/grama de cabelo, limite de tolerância biológica do corpo humano, e a partir desse valor surgem doenças neurológicas. Este fato remete aos garimpos ilegais na região que utilizam mercúrio na extração do ouro.
Nesta ideia, pesquisa da Chalmers University of Technology na Suécia desenvolveu um processo de desmercurização reduzindo os níveis de mercúrio de um líquido em mais de 99%, colocando a água nas margens estabelecidas ao consumo humano seguro. O processo mostra que íons de mercúrio, roxo claro, em um líquido se aproximam de um eletrodo de platina e são atraídos à superfície sendo reduzidos a mercúrio metálico. No eletrodo, os átomos de mercúrio, roxo escuro, e platina, cinza, formam liga estável removendo o mercúrio da água. Após o uso, pode ser esvaziado de modo controlado e o eletrodo reciclado com remoção do mercúrio. Outro aspecto positivo para este processo é sua alta eficiência energética.
Moral da Nota: o mercúrio nos humanos causa danos neurológicos e efeitos na saúde reprodutiva, daí a preocupação sobre o consumo de atum em mulheres grávidas e crianças. Casos graves de contaminação podem levar à cegueira, impedimento cognitivo e mal funcionamento metabólico. A OMS avisa que o mercúrio influencia o sistema nervoso, o desenvolvimento do cérebro, sendo prejudicial às crianças podendo ser transmitido da mãe ao bebê na gravidez pois disperso no ambiente natural entra na cadeia alimentar. Na pesquisa da Fiocruz uma criança Ianomami de três anos com cabelo analisado apresentou índice de 13,87 microgramas, sete vezes mais que o limite da OMS e duas vezes maior que o índice de tolerância biológica.