A resolução das alegações que o Roundup da Bayer AG causa câncer, levou advogados a discutirem acordos que podem levar ao pagamento de US$ 10 bilhões. Advogados da Bayer afimaram que a fabricante reservará US$ 8 bilhões para resolver os casos atuais e US$ 2 bilhões para reivindicações futuras. A queixas se relacionam a responsabilização da corporação por doenças como o linfoma não-Hodgkin, que levam anos para serem diagnosticados. O principal mediador dos casos, indicou que podem acontecer imediatamente nos EUA a resolução de 85 mil reivindicações do Roundup, sendo que negociações ocorrem entre advogados da empresa e grupos separados de advogados, cada um com considerável número de casos. As demandas de ajuizamento aumentaram desde que decisões na casa dos US$ 2,5 bilhões colocou a Bayer sob pressão, apesar das apelações reduzirem para US$ 191 milhões.
O anúncio do encaminahmento de acordos levou as ações da Bayer subirem em Frankfurt 3,9%, embora, tiveram baixa de 23% desde a aquisição da Monsanto Co. por US$ 63 bilhões e como contrapartida o Roundup. Os processos em questão varreram US$ 18 bilhões do valor de mercado da empresa. Caso a Bayer gaste US$ 10 bilhões as ações subirão para 90 euros a partir dos atuais 76 euros, segundo agente do Baader Bank. No entanto, o valor de US$ 10 bilhões não é definitivo podendo mudar com as negociações. A questão é o custo do acordo e segundo analistas da Bloomberg Intelligence, pode levar de US$ 10 bilhões a US$ 13 bilhões enquanto analistas de litígios do Susquehanna Financial Group prevêem de US$ 4,5 bilhões a US$ 6,5 bilhões. Interessante é o caso de St. Louis, cidade considerada propícia aos queixosos, com quatro ex-usuários do Roundup e primeiro a ser julgado fora da Califórnia. Lá, um júri concedeu em 2018 a mais de 20 mulheres US$ 4,7 bilhões por alegações de que o talco da Johnson & Johnson lhes causava câncer, lógico, a J&J recorreu.
Moral da Nota: a porta-voz da Bayer nos EUA, informa que o número é "uma estimativa especulativa" incluindo "potenciais demandantes" sendo que "os casos atendidos estão abaixo de 50 mil " e "não há certeza ou cronograma para uma resolução abrangente." Outro detalhe é a insistência da Bayer que o glifosato, princípio ativo do Roundup, não é cancerígeno. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA não exige aviso de câncer, ao contrário de reguladores estaduais, embora autores apontam à pesquisas que mostram o glifosato como causador do linfoma não-Hodgkin e mieloma múltiplo. Resumo dos critérios de solução da empresa visto pela Bloomberg News, informou que advogados de defesa da Bayer avisaram aos advogados dos demandantes, que a empresa não resolverá alegações de morte por negligência com mais de 10 anos, apenas alegações de linfoma não-Hodgkin, embora usuários do Roundup culpam o produto seus múltiplos cânceres de mieloma. Nessa idéia, advogados da Bayer no enfrentamento à onda de ações do Roundup, alertaram que a empresa está preparada para levar a Monsanto à falência se achar que acordos razoáveis não poderão ser alcançados.