Falando sobre efeito estufa em Washington a Presidente do Centro Internacional de Direito Ambiental, Carroll Muffett, disse: “durante décadas, existe um mito que todos são responsáveis e se todos são responsáveis, ninguém é responsável.” Sobre isto, o cientista climático Michael Mann disse: “a grande tragédia da crise climática é que 7 bilhões e 500 milhões de pessoas pagam o preço de um planeta degradado para algumas dezenas de interesses, ou, poluentes com lucros recordes”. Nesta ideia o pesquisador Richard Heede analisou as contribuições de carbono dos produtores de petróleo, carvão, gás e fabricantes de cimento desde a aceleração da revolução industrial. Heede aprimorou o foco reduzindo o cronograma ao período desde 1965, momento que a indústria aprendeu sobre efeitos climáticos dos combustíveis fósseis. Descobriu que "apenas 90 empresas são responsáveis por mais de 60% dos gases de efeito estufa" e que apenas 20 empresas de combustíveis fósseis estão diretamente ligadas a um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa. Isto foi primeira página do The Guardian.
As contribuições de cada empresa desenvolvida por Richard Heede mostram que por injetar mais carbono na atmosfera, umas são mais responsáveis que outras pelas mudanças climáticas. Em 12 anos de trabalho Heede coletou e analisou dados de fontes disponíveis, identificando quais empresas contribuíram e qual porcentagem de gases de efeito estufa. Heed estimou quanto carbono da produção anual acaba na atmosfera, via usos não energéticos como o óleo na fabricação de asfalto ou produtos petroquímicos de plásticos e roupas. Empresas de cimento passam de 8 milhões de toneladas de carbono/ano, com uma tonelada de CO2 para cada tonelada de cimento e 3% a 4% das emissões industriais globais.
Moral da Nota: o banco de dados das emissões industriais compilado no Laboratório Nacional de Oak Ridge e que remonta a 1751 exclui desmatamento, uso da terra e outras fontes antropogênicas, quer dizer, só combustíveis fósseis e fabricação de cimento, atividades que compõem a maioria dos gases estufa criados pela atividade humana. De todas as emissões globais de combustíveis fósseis e cimento desde 1750, metade ocorreu a partir de 1986 em tendência de acelerar. Os maiores emissores respondem na faixa de 4% das emissões de CO2, se encontrando aí a Saudi Aramco, Chevron, ExxonMobil, Gazprom e BP e a produção chinesa de carvão. A ExxonMobil e precursores responderam pela emissão direta ou indireta de 20,3 bilhões de toneladas métricas de CO2 e 199 milhões de toneladas métricas de metano, ou, entre 4,7% e 5,3% de todo o gás efeito estufa industrial da humanidade desde 1882. Para estar na lista, cada empresa contribuiu com pelo menos 8 milhões de toneladas métricas de carbono/ano.