quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O Trabalho Escravo

O relatório da Australian Financial Review,AFR, informa que a startup Lumachain recebeu US$ 2,4 milhões em financiamento público do fundo de risco Main Sequence Ventures. A Lumachain usa blockchain para rastrear em tempo real, a condição e paradeiro de produtos alimentícios na cadeia de suprimentos. O objetivo da solução blockchain é combater escravidão associada à produção de alimentos, validando e digitalizando através de registro seguro, trabalhadores e seus contratos. O Conselho Australiano de Superannuation Investors, informa que o setor de alimentos é a terceira indústria mais provável na escravidão por ser dispendiosa e ineficiente. Estudo da 'KnowTheChain', Organização Global de Transparência da Cadeia de Suprimentos, mostra que as empresas de alimentos e bebidas não abordam adequadamente a questão do trabalho forçado.
A OIT informa que 25 milhões de pessoas trabalham em condições de trabalho forçado sendo 47% na região Ásia-Pacífico. O Ministério Público do Trabalho do Brasil mostrou que foram resgatados em 2018, 81 mil trabalhadores em situação de trabalho escravo ou forçado sendo 2% em confecções. A Reuters avisa que a Coca-Cola, o Departamento de Estado dos EUA e três empresas, lançaram  projeto que cria registro de trabalho em blockchain. A Bitfury Group, empresa de tecnologia, criará a plataforma do projeto enquanto o Emercoin fornecerá os serviços blockchain. As Empresas de bebidas na questão do trabalho forçado, enfrentam pressão de reguladores nos países onde negociam cana-de-açúcar. No Brasil, o Instituto Anima, sem fins lucrativos, através da blockchain combate o trabalho escravo. Chamado Tag Alinha, rastreará confecção de roupas em oficinas ilegais, invisíveis e precárias. Empresas de pequeno e médio porte com 76% da produção, concentram a maioria das apreensões e denúncias sobre trabalho escravo. O projeto rastreou quase 450 peças de roupas de três marcas, Fio Ateliê, Lov Lity e Fruta Pão Plus.
Moral da Nota: o Departamento de Estado Americano visualiza como ferramenta útil no desenvolvimento social, projetos de direitos trabalhistas utilizando blockchain. Explica que a blockchain não pode obrigar empresas respeitar contratos ou implementar práticas laborais éticas, podendo sim criar cadeia de evidências incentivando a conformidade.