domingo, 8 de setembro de 2019

Sobrepesca

Os tubarões nadam longe da costa portanto em mar aberto, além de grandes predadores, como o tubarão tigre, tubarão branco ou o pântano desdentado, são alvo pela sua carne e barbatana na controversa sopa asiática. A gestão da captura é precaria porque acontece em alto mar fora da jurisdição nacional, daí a consequente diminuição das populações por sobrepesca, apesar de serem pouco conhecidas as áreas específicas onde estão concentrados.
Pesquisadores de 109 centros científicos de 26 países analisaram áreas habitadas por tubarões, coincidentes com as de alta atividade pesqueira e como essas espécies podem se refugiar da indústria. O trabalho foi publicado na revista Nature, acompanhou movimento de quase 2 mil tubarões com rastreadores por satélite combinando dados de deslocamento dos navios pesqueiros com espinhel utilizado na captura. Os resultados mostraram que em média 24% do espaço ocupado pelos tubarões, coincide com áreas de pesca industrial e que atividades pesqueiras em alto-mar focam pontos críticos de tubarões. O tubarão-azul e marrom tem  maior exposição, média de 76% e 62% respectivamente, apesar de espécies protegidas como o tubarão branco e a sardinha exibirem valores maiores de 50% de sobrepesca.
Moral da Nota: o estudo conclui que as espécies têm espaço de refúgio limitado para evitar a pesca industrial, na Península Ibérica, Atlântico Norte, África do Sul, Nova Zelândia, grande barreira australiana de corais ou Califórnia. Foram desenvolvidos mapas avaliando Áreas Marinhas Protegidas para proceder a proteção das espécies via conservação e gerenciamento de onde os tubarões se concentram e assim reconstituir suas populações. O estudo destaca o potencial da vigilância em tempo real por satélite, ferramenta para gestão em alto mar de tubarões e pescadores.