sábado, 17 de agosto de 2019

Agricultura e ambiente

Preparado ao longo de dois anos, o relatório especial do IPCC sobre mudanças climáticas, desertificação, degradação e gestão sustentável do solo, segurança alimentar e fluxos de gases efeito estufa em ecossistemas terrestres, apelidado de 'Mudanças Climáticas e Solo', com participação de 107 especialistas de 52 países, com mais de 7 mil referências no documento e considerados 28.275 comentários de revisão por outros especialistas. Explica que a interrupção da crise climática só será possível com mudança radical de paradigma da produção e consumo de alimentos ao lado da  proteção do ecosssistema florestal. Clama eliminar o desperdício alimentar, a redução do consumo de carne, travar o desmatamento e restaurar ecossistemas danificados. Mostra que uma ação climática alinhada com a meta de elevação da temperatura de 1,5 °C é crucial para evitar a quebra das cadeias alimentares. Ultrapassar tal limiar, piora riscos existentes e aumenta a desertificação, diminuindo produtividade, com perda de nutrientes das culturas e pecuária, contribuindo assim à insegurança alimentar, pobreza, migrações e conflitos.
Pela primeira vez na história dos relatórios do IPCC a maioria dos autores ou 53%, provém de países em desenvolvimento escalando o tema que a utilização do solo, agricultura e perda florestal foram responsáveis entre 2007 e 2013 por 23% das emissões de gases efeito estufa. A manutenção do aquecimento da terra abaixo dos 2ºC se alcançará pela redução de emissões de gases efeito estufa em todos os setores, incluindo o uso do solo e alimentação através de gestão mais sustentável e dieta alimentar com mais vegetais. A emergência climática vivida reduz a capacidade de produção de alimentos e absorção de CO2 (GEE). Exacerba a degradação dos solos aumentando a frequência e intensidade de eventos extremos, como as ondas de calor, secas, tempestades e nuvens de poeiras, impactando na segurança alimentar e ecossistemas terrestres.
Moral da Nota: o IPCC alerta que a forma como produzimos alimentos e dietas alimentares necessitam mudanças. Focadas em vegetais e carne sustentável libertará até 2050 milhões de quilômetros quadrados de solos, reduzindo anualmente entre 0,7 e oito gigatoneladas de CO2 equivalente. O atual modelo do agronegócio latino americano, leva a impasse entre produção de proteína e efeito estufa pela liberação de metano e CO2. Discussões sectárias conduzem a disputas atrasando soluções. A mudança de matriz de negócios virá pelo avanço tecnológico e descoberta de oportunidades. Desmatar para criar pasto será atropelado pela oportunidade do biogás, entre nós impactaria na matriz energética dando ao campo mais liquidez nos negócios, escalando como adubo orgânico na agricultura. Rastrear cadeia de produção, otimizará produtividade impactando desperdício, o contrário, lançará o setor em fragilidade de concorrência por oferta, riscos relacionados a água e desgaste do solo.