O controle do dinheiro no mundo se faz via governos e bancos, respondendo por emitir, distribuir e regular validando o processo econômico, garantindo como intermediários que não resulte em fraudes. Em paralelo, existem problemas no modo como procedimentos financeiros estabelecidos conhecem, participam e decidem sobre mecanismos político-administrativos das instituições bancárias. O dinheiro como elemento de confiança ou fiduciário, supõe uma equação em que despesas se efetuem com notas de crédito ou dinheiro físico, fornecidas por determinada entidade representando fração de valor inatacável e calculado com base na confiança, dívida e produtos de valor guardados em cofres bancários, petróleo ou ouro por exemplo. Por conta, bancos decidem sobre limites de caixa de determinado cliente em determinado período de tempo, além de quanto dinheiro criar e como pode ser gasto.
A infraestrutura financeira admite possibilidade de pessoas trocarem e guardarem dinheiro em ambiente de aparente segurança e não sustentada na reputação do banco. Daí surge ideia que transações financeiras geram custos ao usuário, com taxas de juros e pagamentos de comissões consumidas em grandes volumes além de dívidas oriundas de empréstimos. Depositando determinado valor no banco visando reduzir a aspereza comercial, o depositante desiste do controle do seu dinheiro que na modernidade acabou por impor restrições ao livre comércio, além de imensuráveis dificuldades burocráticas e despesas com comissões.
O advento das criptomoedas coloca em questão usuários e instituições bancárias em relação a troca de valores, permitindo possibilidades mais descentralizadas no relacionamento econômico. Não reconhecem barreiras geográficas ou políticas para seu uso, cuja taxa de confirmação de transações entre individuos e grupos que mantem a rede operando incluindo na cadeia de blocos é pouco significativa. A criptomoeda não cria dinheiro via dívidas, mas valor pelo desenvolvimento tecnológico gerando confiança. A grande diferença com as moedas fiduciárias é a inexistência fisíca da criptomoeda. Sua existência se dá na cadeia de blocos que a mantém por conta de processo de verificação (consenso) de transações, impedindo gasto em duplicidade, tornando-a única e registrada publicamente sem dados pessoais em um grande livro digital. Devemos entender que o valor das criptomoedas não modifica em nenhum aspecto, ao passo que divisas fiduciárias podem ser divididas e desvalorizadas pela impressão de novas notas acarretando inflação, depreciando e minguando a economia. A criptomoeda salvaguarda o valor dos ativos independente do ambiente econômico, cuja quantidade armazenada em portifólios é a mesma registrada no blockchain. Abre-se janela de oportunidades com a implementação da tecnologia de cadeia de blocos, principalmente pelo fato que conceitos econômico/financeiros estão sob questão. Necessitamos encontrar consenso para financiar atividades fora da atividade econômica tradicional, buscando ganhos em escala na mitigação e resiliência climática enquanto é tempo.