A crise do clima apanha todos despreparados, necessitando aceitação e mudança de rumo sobre uma sociedade atual forjada no mínimo há dois séculos. Junte-se a isto o fato que o envelhecimento populacional avança sobre as nações ricas e pobres, ao lado de um aumento da pressão individual e coletiva por expectativas não realizadas ou soluções não conseguidas. Por conta disso formam uma massa sob forte compressão deixando a risco provável o explodir de hordas descontroladas, que por conta da energia mobilizada na contenção, podem deixar a questão simplesmente incontrolável.
Há que se considerar por exemplo que no caso do setor automotivo há um desgaste do mercado não por conta do clima mas pela saturação do mesmo. De modo simples, há um acúmulo de veículos usados pelo prolongamento de sua vida útil, no mundo inteiro, servindo de obstáculo no fluir da produção e sua substituição ficando a inovação acessível aos top de linha. Consideremos que dar vida média aos veículos usados, incentivando reciclagem e consequente inovação é mais sensato do que pressionar governos e trabalhadores por algo que não conseguirão resolver.
Moral da Nota: dois impactos na sociedade, o primeiro o estrangulamento da produção automotiva por conta da saturação do produto final e pouca renovação, determina um acúmulo de veículos com vida média prolongada e tecnologia obsoleta. O outro fator a considerar é a questão do envelhecimento humano, colocando no centro que o prolongamento da vida gera questões individuais, como doenças crônicas, questões de cunho mental intrínsico a fisologia do envelhecimento. Na prática há uma nítida queda da produtividade, perda de força mesmo, compensada com o aprendizado dos anos, muitas vezes com dificuldades de reciclagem ou adaptação ao momento vivido. Certamente um aumento da idade populacional no mercado de trabalho dando uma face mais madura à sociedade, deverá fazer com que a economia corra mais lenta, renove menos e talvez exija novas necessidades para compensar o prolongamento da vida humana. Precisamos estar atentos que o prolongamento da vida levará a um impacto a ser mensurado corretamente na sociedade, desde o ponto de vista médico, fisiológico, econômico, de produtividade ou de criatividade, aos quais devemos nos preparar.