quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Ecossistema digital

Olhando o entorno vemos que a base da economia de mercado se dá no produto ou serviço, que através da oferta e procura adquire escala via consumo, resultando no lucro. Quer dizer, o mercado não perdoa, pune os perdedores ou quem não lucra acaba. A nuance com o ecossistema digital é que neste foco, o serviço e a escalabilidade se faz pela procura nem sempre representando lucro, mas na prestação do serviço. Um exemplo prático disto são as redes sociais, caso do Twitter por exemplo, com prestação de serviço em escala gigantesca na primavera árabe, nos protestos do Irã, no Brexit, nas eleições americanas e brasileiras, inclusive como fator decisivo, representado por baixo custo. 
Nesta ótica, um pente fino nos esclarece que novamente o Twitter passou a maior parte do tempo prestando tais serviços com balanços negativos, prejuízo mesmo. Esta ideia nos serve de base ao ecossistema digital ambiental com serviços sem metas de lucro a curto prazo, descartados na economia de mercado pela baixa escalabilidade, se viabilizam no ecossistema digital remunerados por moeda estável digital. Um exemplo está na logística reversa, em programa de recompra de veículos com mais de vinte anos por preço no topo da tabela do ano de referência, mais perdão de multas e impostos não pagos, conduzidos à usina de reciclagem automotiva, desmanche, cuja matéria prima produzida retorna a cadeia produtiva, siderurgia por exemplo, tudo remunerado por moeda virtual ambiental. Óbvio que ferro velho não tem valor na economia de mercado e econômicamente desmanche não atrai, mas concorre com a mineração por matéria prima mais barata, reciclada, cria empregos, só pensar em 60 anos de indústria automotiva entre nós. Junte-se a isto, usinas de reciclagem de eletrodomésticos, de resíduos sólidos orgânicos e inorgãnicos, tratados por água de re-uso. Algo deste porte na economia virtual remunerado por moeda própria, certamente trará mais liquidez à economia de mercado ou fiduciária, injetando dinheiro no extrato mais pobre da população, fortalecendo o consumo, quitando dívidas ou mesmo servindo de capital ao pequeno negócio no ecosssistema digital.  
Moral da nota: isto acima é falado, porque nas discussões em andamento no exterior envolvendo o setor automotivo relacionado a veículos movidos a gasolina e díesel, passa pelo fim da sua produção e proibição de uso, ficando a dúvida se eles imaginam  transferência da tecnologia obsoleta para África e América Latina. 
Em tempo: fica a sugestão ao Judiciário permitir a troca de todos os veículos retidos por mais de seis meses nos pátios dos Detrans ou alienados em sede de governos de Estados ou Municípios, incluindo os indisponíveis em delegacias do país e trocá-los por Tokens de valor médio conhecido e justo emitido pelo BNDES, liberando o espaço, retornando o investimento feito, enviando os veículos à Logistica reversa ou reciclagem com rastreamento via DLT do caminho percorrido. O mesmo talvez poderia ser feito com a papelada dos precatórios, trocando a dívida por Tokens e enviando o produto obsoleto à reciclagem.