domingo, 18 de junho de 2017

Dias melhores

Parece unanimidade falar que dias melhores já vieram ao samba carioca, pode ser que ainda venha outros melhores ainda, mas certamente como aqueles nunca mais. A figura representativa destes dias foi sem dúvidas o Dr Castor, homem que encarnou seu apogeu e de toda uma época.
Reza a lenda que foi o menino predileto de Padre Miguel, de coroinha chefe a garoto de recados de confiança. Cortejado da Vila Mimosa ao palácio Guanabara, por Excelências, Meritíssimas(os), Reverendíssimas e Reis; sempre que por aqui passavam não esqueciam de uma visitinha, já que nunca se sabe o dia de amanhã.
Iluminado pelo seu brilho o samba conheceu seus melhores dias, cortejado pela direita e esquerda, por legais ou ilegais, ricos e pobres, eruditos e iletrados. Com ele, o carnaval de rua carioca viveu sua impertinência para não rivalizar com o desfile das escolas, exceção feita ao bola preta. Com ele, aconteceram os dias de glória na passarela do samba, que mais tarde evoluiria para a cidade do samba, talvez visualizando num futuro, o estado do samba e quisera Deus, o país do samba. No seu tempo, político não era incomodado pela PF ou MP, não havia julgamento importante sem antes uma palavrinha com o Doutor, muito menos prender o governador.
Dr Castor passou e seu filho não segurou, com ele os dias melhores do samba parecem também passar. A realidade aí está, reduziram o subsídio ao samba alegando o pão da boca das criancinhas. Sem falar evidentemente que carnaval é coisa do diabo que é transmitido pela tv dos ricos e não dá brecha à tv dos pobres e crentes. A realidade mostra à todos que dias melhores já vieram, pelo menos para o samba. Como reagirá aos fatos, só Deus sabe.