Pesquisa de áreas marinhas selvagens com baixo impacto humano publicada na Current Biology, revela que 13% dos oceanos estão livres da influência humana e menos de 5% delas é protegida por lei. As mais emblemáticas estão nas ilhas do Ártico, Antártida, Pacífico e quase não existem nas regiões costeiras. A pesquisa utilizou dados globais ligados a pesca, embarcações comerciais e dumping sendo 19 estressores causados por atividades humanas avaliando seu impacto cumulativo.
Os resultados mostraram que mais de 16 milhões de kms² no Pacífico são de áreas silvestres ou 8,6% e na zona temperada do sul da África há menos de 2 mil kms² de áreas marinhas intocadas ou menos de 1% do oceano. Identificaram que menos de 5% das áreas de biodiversidade como recifes de corais estão protegidos. O mapeamento sistemático da vida marinha mostra que menos de 10% de áreas de 15 estressores antropogênicos sofrem pouco impacto de efeitos cumulativos de atividades humanas. 13% do oceano atende a definição de deserto global sendo a maioria localizada em alto mar. A análise de 16 reinos oceânicos mostra que a influência humana difere nas regiões oceânicas numa extensão de 16 milhões de km² ou 8,6% no Índico-Pacífico quente e abaixo de 2 mil km² na África do Sul temperada. Apenas 4,9% da área selvagem global é protegida e 4,1% da área selvagem específica do reino
Moral da nota: As áreas desprovidas de impactos humanos são consideradas na pesquisa como refúgios vitais, contendo alta diversidade genética, com características funcionais únicas e espécies endêmicas. Conclui que a manutenção de altos níveis de conectividade ecológica e evolutiva se posiciona adequadamente na resistência e recuperação dos impactos das mudanças climáticas, apesar de pouco se saber sobre a proteção da fauna marinha. A retenção proativa da natureza marinha conservará a biodiversidade garantindo processos ecológicos e evolutivos em larga escala.