Depois que US$ 3 bilhões em dois dias saíram das reservas da Argentina, o governo impôs controles de capital limitando compras em dólares a US$ 10 mil por mês. O banco central estabeleceu 5 dias aos exportadores para repatriar moeda estrangeira além de instituições precisarem autorização para comprar dólares no mercado de câmbio, exceção ao comércio exterior. Reservas do banco central caíram a US$ 54,1 bilhões, contra US$ 66,4 bilhões no dia anterior às primárias. O país se arrisca ficar em semanas sem reservas líquidas, abaixo de US$ 15 bilhões, a prevalecer tal ritmo.
Não vai longe o calote portenho, quando o petróleo era US$ 120,00 o barril e os argentinos chamaram o Hugo pra comprar seus títulos podres. Agora a situação é outra e a Venezuela tenta a duras penas via criptomoedas sair do atoleiro. No caso argentino, o peso caiu mais de 25% apenas no último mês. Os juros dispararam quando o banco central tentou controlar a dívida, adiando pagamentos dos US$ 7 bilhões deste ano. Moedas fiduciárias são controladas pela política monetária, ajustando taxas de inflação, alterando juros ou implementando controles limitando a manada cidadã. Caso o peso continue descendo a ladeira, nossos irmãos estarão a braços com hiperinflação e perda de confiança na moeda. A novidade do último tombo ao atual chama-se criptoativos, cujo mais conhecido é o bitcoin, porque ninguém o controla por conta da descentralização, mas, especula. Na incerteza, as criptomoedas preencheriam o vazio na busca por contenção de perdas econômicas. No longo prazo, o bitcoin tem provado na economia digital valor ascendente em relação ao ouro. O argumento convincente e relevante à economia argentina é a natureza resistente do bitcoin à inflação, fortalecido pela escassez pois somente 21 milhões de bitcoins surgirão até 2140.
Moral da Nota: não tiveram saída além do tombo no velocímetro pois com a chegada de Macri liberaram a economia e o dinheiro inundou o país, embora déficits fiscais e de conta corrente crescentes irritaram investidores levando ao declinio do peso. A solução foi atrasar vencimentos da dívida local de curto prazo e pedido aos detentores de US$ 50 bilhões em dívida de longo prazo aceitar "re-criação de perfil voluntário" renegociando pagamentos de US$ 44 bilhões do FMI. A Fitch classifica a dívida argentina como RD (default restrito), Standard e Poor's como CCC- e Moody's como Caa2 e swaps de inadimplência de pleno direito em cinco anos apresentam mais de 90% de risco de default. Talvez calhasse entre nós, enquanto lutamos com nosso déficit em real, lançar stablecoin atrelada ao ouro mesmo abaixo do bitcoin e sem sua instabilidade, criando trabalho com serviços ambientais, movimentando a economia tentando nos livrar de profunda recessão.