Relatório elaborado com período de cobertura entre 2000 a 2021 pelo INE, Instituto Nacional de Estatística da Espanha, apresentado na UCM School of Medicine, com atenção desempenhada pela pandemia, mostra tendência na taxa de suicídio no país. Análise dos dados mostram aumento na tendência mortalidade por suicídio na Espanha desde 2018 se cristalizando em 2021, através do crescimento anual de 6% em relação a 2018, ano que inicia o ciclo crescente da série 2000-2021, refletindo forte impacto da pandemia na mortalidade por suicídio no país. Em 2021, tendências populacionais vistas nos anos anteriores como maior taxa de mortes por suicídio em homens e pessoas de meia-idade, 40-64 anos, além do aumento da mortalidade por suicídio em não nascidos no país. A taxa de mortalidade na Espanha está perigosamente próxima da média mundial estabelecida pela OMS, com as províncias da Galiza, Andaluzia, Castilla y León, Catalunha e Aragão mais afetadas pelas taxas de mortalidade relacionadas ao suicídio em 2021. Nos 2 anos analisados da pandemia, 2020 e 2021, observou-se efeito no número de mortes por suicídio tanto em homens como em mulheres, em pessoas nascidas na Espanha como fora dela. A mortalidade por suicídio cresceu 25% em migrantes, grupo mais afetado pela pandemia, e o grupo de pessoas de meia-idade apresenta aumento de mortes por suicídio na pandemia com a crença que medidas de controle da propagação do vírus e as consequências colaterais dessas medidas interferiram no resultado. Populações urbanas e de capitais provinciais com implementação das medidas de controle levou a maior perturbação da vida quotidiana, assistindo ao maior efeito da pandemia na mortalidade.
Em 2021, onze pessoas morreram por suicídio/dia na Espanha dando taxa bruta de mortalidade por suicídio de 8,45 mortes por 100 mil habitantes, em linha com o que se observou entre 2000-2020, ou, 3 em cada 4 pessoas que morreram por suicídio em 2021 eram homens, 2.982 casos, sendo que metade dos falecidos tinha entre 40 e 64 anos, 2.016 pessoas, sendo que 31% dos falecidos tinham 65 anos ou mais, 13,8% entre 25 e 39 anos e 5% entre 10 e 24 anos e nenhum caso de morte por suicídio foi observado em crianças menores de 10 anos em 2021. Quanto ao país, 87% das pessoas que morreram por suicídio, 3.490, nasceram na Espanha, 12,7% nasceu em outros países, quanto a residência do falecido, 32% residiam em capitais provinciais, um quarto residia em áreas rurais, menos de 10 mil habitantes, ou urbanas entre 10.001 a 50 mil habitantes respectivamente 24,6% e 24,7% e o restante vivia em grandes cidades, mais de 50 mil habitantes, não sendo capital de província. A distribuição temporal e espacial em 2021 mostra que em todos os meses há maior número de mortes em 2021 que em 2019 e 2020, a mesma sazonalidade padrão que em outros anos, ou, um claro aumento da mortalidade por suicídio no verão, com julho, o mês de maior mortalidade em 2021 ultrapassando 400 mortes por suicídio em um único mês. Quanto a distribuição geográfica, as maiores taxas são observadas na Galiza, Astúrias, Castilla y León, Aragón, Catalunha e Andaluzia, em 2021, 13,1 por 100 mil habitantes, Zamora, 14,2 por 100 mil habitantes e Lugo, 15,6 por 100 mil habitantes. Por fim, 26 das 50 províncias espanholas mais as duas cidades autônomas ou 52% das províncias, superam a média global de mortalidade por suicídio, indicada pela OMS para 2019 ou 9 mortes por 100 mil habitantes, enquanto as cidades autônomas de Ceuta e Melilla e as províncias de Guadalajara e Comunidade de Madri apresentam taxas mais baixas do estado.
Moral da Nota: suicídio é reação trágica a situações estressantes da vida, mais trágico, porque pode ser evitado. Uma consulta por mês ao psiquiatra na depressão ou ao neurologista na demência ou alterações cognitivas levam a soluções farmacológicas, mas a confiança no desenvolvimento das causas que progridem ao suicídio demanda tempo e contato mais frequente, desenvolvendo laços de confiança, isto, leva tempo e contato. Exemplo claro é a evolução da mortalidade por câncer decorrente melhorias no diagnóstico e, em consequência, da doença. A Telemedicina nos casos psiquiátricos de ambulatório relacionados a depressão, transtornos da personalidade ou em casos crônicos de doenças envolvendo memória, certamente leva a maior contato entre terapeuta e paciente, onde serão vistas causas de depressão ou evolução das demências em si. Em relação a memória talvez estejamos na escuridão com busca empírica de solução sem trilha estabelecida, com protocolos não consensuais.
Em tempo: modelo de armazenamento de informações no cérebro revela como as memórias decaem com a idade, com regiões cerebrais ativadas em teste de memória de curto prazo e sobrepostas em imagens de ressonância magnética em três orientações diferentes sugerem como desaparecem. Construções teóricas chamadas redes de atratores ou comportamentos característicos fornecendo modelo à memória no cérebro, traçam rota pela qual as memórias são armazenadas e esquecidas. Modelo matemático e simulações mostram que, à medida que envelhecem, memórias registradas em padrões de atividade neural tornam-se imprevisíveis, caóticas, lembando que caos é diferente de anarquia pois é regido por leis que desconhecemos, ao passo que anarquia não é regida por nenhuma lei, levando a possibilidade de padrão matemático caótico, antes de desintegrarem em ruído aleatório. Não se sabe se tal comportamento ocorre em cérebros reais, no entanto, pesquisadores propõem procurá-lo monitorando atividade neural que muda ao longo do tempo em tarefas de recuperação de memória. A memória pode ser recuperada se um novo número binário com uma relação matemática simples com aquele que a criou for aplicado aos neurônios, pode mudar a atividade da rede ao estado atrator correspondente. Estudos anteriores de redes neurais biológicas mostraram que a atividade de rede é mais ruidosa, aleatória, do que se espera de uma rede impressa com estados estáveis e bem definidos. Tudo isto considera a telemedicina associada a inteligência artificial, IA, e ao aprendizado de maquina, ML, na construção de modelos matemáticos na pratica diária em relação a depressão, distúrbios da memória, do comportamento etc.