quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

O Relatório

Relatório do CD Howe Institute mede habilidades e conhecimento dos trabalhadores da indústria de petróleo e gás e os combina com ocupações em energia renovável, com  Lin Al-Akkad, autora e analista de políticas, exemplificando que, um engenheiro químico em usina de combustível fóssil compartilharia habilidades e conhecimentos com um engenheiro nuclear, descobriu ainda que, embora trabalhadores tenham habilidades e conhecimento para trabalhar em uma economia descarbonizada, muitos, precisariam aumentar o conhecimento técnico, o pensamento crítico e as habilidades de resolução de problemas. Descobertas sugerem que trabalhadores no setor de energia enfrentariam transição mais difícil, enquanto trabalhadores com empregos na indústria e cadeia de suprimentos, como gerente responsável por armazenagem, teriam transições mais suaves, no relatório, Al-Akkad pede ao governo federal melhoria do banco de dados de habilidades ocupacionais e criação de programas de treinamento específicos à cada setor para ajudar trabalhadores na transição à novos empregos. Hadrian Mertins-Kirkwood, pesquisador da mudança canadense à economia de carbono zero no Centro Canadense de Alternativas Políticas, disse que o estudo foi passo útil à estudar como a descarbonização mudará o mercado de trabalho, esclarecendo que,“é ponto de partida produtivo”, concluindo, “no fim das contas, precisamos conversar com trabalhadores e empregadores e ter ideia de como isso acontece no mundo real.” Voltando a Al-akkad, para medir lacuna de habilidades, disse que precisava encontrar meio de quantificar e pontuar habilidades e conhecimentos necessários ao exercício de ampla gama de ocupações, esclarecendo que, “se tivermos sistema que permita mapear habilidades, poderá colocar esses links em um site aos trabalhadores”, concluindo, “pode facilitar mudança de ocupação e economizar tempo.” Vale a nota que, Al-akkad se baseou no banco de dados da Rede de Informações Ocupacionais dos EUA, ou, O*NET, e no Sistema de Informações Ocupacionais e de Habilidades do Canadá, ou, banco de dados OaSIS, que armazenam informações e dados sobre competências necessárias para trabalhar em 900 ocupações, sendo que o banco de dados O*NET inclui biblioteca de habilidades e conhecimentos necessários à cada trabalho, como escuta ativa, gerenciamento de tempo ou negociação e, para cada trabalho no banco de dados, um painel de analistas classifica em escala de zero a 100 a importância de cada habilidade à cada trabalho e o nível de cada habilidade necessária à cada trabalho. Um juiz, a escuta ativa tem pontuação de importância, 100, e pontuação de nível, 84,  um açougueiro, a escuta ativa tem pontuação de importância, 53, e pontuação de nível, 43, com o OaSIS tem pontuações semelhantes à cada ocupação, classificadas em escala de 1 a 5, sendo que utilizou ambos os bancos para mensurar habilidades e conhecimentos necessários à 19 empregos nos setores de energia, manufatura e distribuição da cadeia de suprimentos, no total, analisou 57 empregos que, segundo sua previsão, poderiam ser afetados pela transição à economia de baixo carbono. Por fim, descobriu que trabalhadores que enfrentam maiores lacunas de qualificação são trabalhadores altamente qualificados no setor de energia, como engenheiros ou geocientistas, necessitam de muita formação em área específica  e, portanto, precisam mais qualificação para transitar de uma usina de petróleo e gás à posição semelhante em usina de energia verde, enquanto funções que exigem diplomas de ensino médio ou certificados pós-secundários apresentam lacuna de habilidades menor, significando que seria mais fácil fazer transição à empregos mais verdes.

Em tempos de mudança, o La Niña é anunciado e considerado em previsões nos próximos meses, com algumas considerações podendo estar equivocadas e levar a conclusões climáticas distantes da realidade, com o CPC, Climate Prediction Center da National Oceanic and Atmospheric Administration, NOAA, dos EUA, divulgando estimativa de 71% de probabilidade de desenvolvimento La Niña, já, a Bureau Of Meteorology, aumentou a probabilidade à formação do fenômeno. Em outubro, a NOAA emitiu um La Niña Advisory, indicando condições típicas do fenômeno presentes e persistentes nos meses a seguir, no entanto, a informação é trabalhada de modo incerto, ignorando metodologia de classificação do fenômeno La Niña e em que momento o resfriamento do Pacífico Equatorial influenciaria padrões climáticos do Brasil, por exemplo. Vale lembrar que La Niña foi previsto em momentos de 2024, decorrente aumento de probabilidade que não se concretizou, no entanto, houve aviso da NOAA sobre atuação do fenômeno entre fins de 2024 e início de 2025, ou, “La Niña de curta duração” não considerada oficialmente pela instituição, daí, pode haver confusão entre o que é La Niña e o que pode trazer padrão climático similar ao fenômeno no Brasil, não sendo qualquer resfriamento que afeta a circulação atmosférica, necessitand intensidade e persistência do padrão mais frio na região do Pacífico Equatorial, daí, a existência de limites definidos à classificação do El Niño e La Niña e consequências. Padrão climático em vigor não se associa ao resfriamento do Pacífico Equatorial denotando pseudo La Niña, enquanto a associação com o padrão climático persitente o fenômeno tem sido frequente mostrando certa confusão sobre impactos no Brasil, considerando que no sul do país há aumento de chuvas no outono e inverno, e redução de em meados da primavera, sem demonstrar período seco, em se tratando de Rio Grande do Sul. Por fim, outros fatores influenciam nas condições atmosféricas se intensificando ou diminuindo conforme condições em vigor, por exemplo, chuvas no sul podem encontrar resposta na Antártida com enfraquecimento do Vórtice Polar em razão do aquecimento mais intenso da atmosfera na região, principalmente estratosfera, resultando em índice de Oscilação Antártida, AAO, negativo, representando aumento da frequência de sistemas de precipitação, na primavera, esses sistemas adquirem maior amplitude, atingem o Brasil Central, sul e leste do Nordeste, daí, variedadees climáticas que podem ter alterações conforme determinadas condições que não são definitivas, a tônica é a variedade.

Moral da Nota: a diretora executiva da Iron & Earth, organização sem fins lucrativos que auxilia trabalhadores do setor de combustíveis fósseis e comunidades indígenas acessarem energia renovável, Luisa da Silva, esclarece em relação a questão da migração da energia fóssil à renovável sob a ótica do trabalho, diz que, “as recomendações são sólidas e refletem muito do trabalho que faz”. Segundo a diretora, grande parte do trabalho da organização inclui treinar pessoas para instalar e manter painéis solares e turbinas eólicas nas comunidades, de 2021 até o momento, a organização treinou mais de 230 pessoas em instalações solares e eólicas, na prática, muitas pessoas nas comunidades com as quais a Iron & Earth trabalha possuem habilidades necessárias instalar e operar infraestrutura de energia renovável, só precisam de experiência prática. A Iron & Earth usa os mesmos bancos de dados ocupacionais para criar a ferramenta chamada Portal de Carreira Climática para ajudar trabalhadores encontrar empregos verdes que corresponda suas habilidades, dizendo que, “não vão se apresentar como especialistas em Red Seal, vão obter informações suficientes para trabalhar como técnicos”. Por fim, a diretora do Iron, pede aos formuladores de políticas que garantam que os trabalhadores canadenses, por exemplo,tenham acesso às habilidades e treinamento necessários para encontrar empregos em renovável, textualmente, “outros países avançam à velocidade da luz comparados ao Canadá” e, conclui, “queremos acompanhar o ritmo e garantir que, como país, não fiquemos para trás, a economia depende disso.”