sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Micro-redes

Embora registros de temperatura começassem em 1880, reconstruções de temperatura com base no registro vegetal e geológico sugerem que os últimos anos foram os mais quentes em milênios. Nove dos dez anos registrados como mais quentes ocorreram na última década, significando urgência na questão aquecimento da terra. Nos dispositivos projetados para produção de energia como painéis solares e turbinas eólicas, deve-se considerar todo o processo consumidor de combustíveis fósseis emissores de CO2, na construção, processamento, fabricação de máquinas e transporte ao local de instalação. A eficiência de uma tecnologia leva em conta emissões que produz desde a fabricação até sua inutilidade, comparando-se com a quantidade de energia gerada ao longo de sua vida útil quantificada em toneladas de CO2 que emitiu por gigawatt/hora (GWh) de energia, considerando 1 Gwh como energia consumida por 700 mil famílias. 
Toda geração energética inclusive renováveis associa emissões de CO2. As usinas nucleares emitem menos CO2 que painéis solares e estão a par com a energia hidrelétrica e eólica, indiscutivelmente melhor opção que carvão ou gás natural. Tanto nucleares como hidrelétricas não produzem quando ativas gases efeito estufa, gerando quantidades de energia que compensam o CO2 emitido quando fabricados. Usinas nucleares ocupam pouco espaço enquanto uma área entre 16 e 24 km² com painéis solares produz tanta energia quanto uma usina nuclear de 1 GW em média 3,3 Km², além da produção fotovoltaica e eólica se dar em condições ideais ao passo que a usina nuclear é de modo constante. As turbinas eólicas são mais eficientes em termos de emissões que painéis solares, necessitando entre 333 e 667 turbinas para geração de energia equivalente a uma usina nuclear de 1 GW. Óbviamente quando entra nesta conta o fator custo, manutenção e benefício, a coisa muda sensivelmente de figura.
Moral da Nota: a questão do lixo nuclear ou residuos radioativos no mundo esbarra na falta de prioridade, bastando uma olhada nas minas alemãs de sal abandonadas  abarrotadas de material radioativo muitos em processo de deterioração. Com o fim da URSS a Rússia assinou convênios lucrativos com países europeus para estocagem de   material radioativo na Sibéria. Eles mesmos são detentores do Lago mais radioativo do mundo, volta e meia espalhando plutônio aos ventos. Os EEUU empobreceram seu lixo nuclear e transformaram Bagdá na cidade mais radioativa do mundo. Tivemos nos últimos trinta anos dois graves acidentes, um por erro humano e outro por erro de projeto de uma das melhores engenharias do mundo; todos erramos, inclusive os japoneses. Quanto a nós, temos a maior rede instalada de transmissão de eletricidade da América Latina, sol o ano inteiro, cabendo uma questão: porque da proibição em vender o excesso de energia solar residencial produzida por painéis solares por ventura instalados, que em escala, daria um salto de qualidade em relação ao custo/benefício na questão energética via escalabilidade das micro-redes?