segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Direito e IA

Além das novidades tecnológicas conhecidas no setor bancário, uma revolução digital deverá ter grande impacto no setor. Trata-se de um híbrido entre mundos tecnológico e financeiro focando leis bancárias tradicionais, dando origem aos advogados financeiros tecnológicos. Tais profissionais se inserem na sensível identificação de oportunidades na economia digital presente e futura. Por conta das tecnologias de informação e pela troca de informações com especialistas, trabalhando em conjunto e de forma universal, compartilhando informação em modo e estrutura colaborativa num sistema financeiro que se atualiza e rejuvenesce. Em contato com estas tendências e padrões tradicionais, advogados criam forte sinergia entre bancos velhos e novos ou virtuais.
Em paralelo surge a empresa CaseCrunch de Londres e LawGeex de Israel compostas por profissionais em direito, recursos humanos e inteligência artificial (IA). Auxiliados pela IA interpretam leis cujos resultados são mais otimizados que os produzidos por advogados individualmente, inseridas na revisão de contratos ou detectando riscos nos mesmos. No caso da CaseCrunch começou com desenvolvimento de um chatbot ou robot, visando responder perguntas legais e com o tempo, evoluiu na direção em prever resultados de processos afetos ao Ouvidor Financeiro de Londres no sentido de aceitar certas reivindicações ou rejeitá-las. Num total de 750 previsões a IA teve um sucesso em 86,6% e os advogados 62,3% por conta da eficiência de sua rede neural em relação aos humanos. Ainda nessa ideia surge uma associação das Universidades de Stanford, Duke e Sul da Califórnia, inserida na inteligência Artificial, o advogado Noory Bechor. Seu projeto refere a criação de rede neural capaz de resumir contrato em apenas uma hora, alertando sobre possíveis riscos, cláusulas abusivas, trapaças, omissões ou sugerindo mudanças na política legal, aconselhando contratos individuais de trabalho, editando ou criando políticas e contratos mais adequados a linguagem da empresa.
Óbvio que não se trata aqui em substituir o profissional de direito pela IA mas colocá-la a serviço de melhores resultados e com atividade fixa, sem concorrer com empregos humanos. Não se trata de construir uma engenhoca que de um lado entram demandas das partes, seguida de audiência entre elas e depois de algum tempo sair a decisão final no outro lado. Trata-se de inserir tecnologia na cadeia jurídica, no caso da brasileira e com procedimentos manuais, processos com mais de 100 mil páginas impossíveis de domínio humano, tudo em nome da justiça que na verdade promove injustiça e impunidade. Um país onde Corporações e Bancos investem no Judiciário apostando no sono ou questionando leis sobre previdência e filigranas sobre impostos, cuja solução muitas vezes chega por gerações futuras deixando a conta não paga ao cidadão comum. O governo também devido a nós jurídicos deixa de pagar suas contas, certamente menos do que tem a receber. No que toca a lentidão jurídica das partes finalizassem demandas o resultado final seria outro. Portanto a Inteligência Artificial não deve ser vista como obstáculo a sonegação, trapaça ou calote mas como um instrumento de democratização da justiça.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Entardecer humano

Estudo realizado pela Universidade de Toronto em 3.000 adultos na faixa etária de 70 anos, analisando como níveis de proteínas cerebrais e do líquido céfalo raquidiano variavam nas estações do ano e como afetavam habilidades cognitivas, sugere que sintomas de demência no hemisfério norte se intensificam e evidenciam no inverno e primavera. A capacidade de atenção, concentração e memorização pioram no inverno e primavera, significando que nos primeiros estágios da doença, os sintomas podem ser mascarados no verão e outono tornando o diagnóstico precoce mais difícil. Buscam relacionar níveis mais altos de vitamina D no verão permanecendo acumulados em parte do outono.
Ainda relacionado ao entardecer humano, relatório da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer, dependente da Organização Mundial de Saúde, mostra que a doença é indicador de desenvolvimento socioeconômico. A Europa registra 23% dos casos com 20% de mortes em 9% da população mundial, a América tem 21% da incidência e 14% de mortes em 13% dos habitantes do planeta e a África com 500 milhões de habitantes a mais que a Europa não chega a 6% dos casos.
Moral da Nota: Rafael Marcos-Gragera do Instituto de Oncologia da Catalunha explica que "nas sociedades mais desenvolvidas, a expectativa de vida é maior e há uma incidência maior de câncer. Nos países menos desenvolvidos, vive-se menos e morre-se mais de causas infecciosas.” Por outro lado já existem quase 44 milhões de pessoas vivas após cinco anos do diagnóstico de câncer, em muitos casos consideradas curadas. Daí considerar que a mortalidade aumenta menos que a incidência, significando queda da mortalidade nos países inserida em escandalosa desigualdade. A sobrevida de cinco anos de uma criança diagnosticada com tumor cerebral no México é de 36%, na Espanha 66% e na Suécia 80%.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Armazenamento descentralizado

O armazenamento convencional centralizado na nuvem torna-se cada vez mais dispendioso e carente de incentivos aos usuários. Por conta da centralização aumenta o risco de perda da capacidade em preservar a integridade dos dados, além de redução das possibilidades de transferência. Neste ambiente surgem soluções de armazenamento descentralizadas baseadas em tecnologia criptoativa.
A Tecnologia Disruptiva atribuída a inovação tecnológica, passível de derrubar uma tecnologia já estabelecida no mercado, encontra espaço em aplicações de tecnologia criptoativa via armazenamento massivo e descentralizado de informações. Disseminou em áreas da comunicação, negócios e organização social, tendo a tecnologia Bitcoin como exemplo prático combinando registros descentralizados e imutáveis, além de transparência e segurança na manutenção da rede. Serviços como Dropbox, Google Drive e Mega armazenam gratuítamente até determinada capacidade. A exigência de  maior de armazenamento gera custos extras como o Dropbox que permite 2 GB de armazenamento sem custos e em caso de necessidade de 1 TB por exemplo, haverá custos de 10 dólares/mês. Já o blockchain da Sia possui taxa mensal US 0,31 dólares por 1 TB (terabyte).
Moral da Nota: Por conta do vazamento de dados, empresas ou usuários de conteúdo migram para redes criptográficas como solução efetiva e inovadora. Informações armazenadas em vários nós protegem contra perdas, lembrando que plataformas blockchain são projetos em desenvolvimento necessitando rastreamento adequado evitando falhas ou práticas duvidosas, colocando dados sob controle de modo compartilhado por vários servidores no mundo. Por fim, a descentralização permite transações com informações ou edição caso o usuário tenha posse das chaves privadas exclusivas ao registro. A diferença entre serviço torrent e tecnologia criptoativa, está na ausência no primeiro de projetos baseados em incentivos monetários ao lado  de trabalho altruísta dos participantes.