A maior ameaça à biodiversidade são as mudanças climáticas, ao passo que, conservação da biodiversidade e medidas de mitigação fazem parte do planejamento de projetos sendo que proteger e restaurar ecossistemas em terra e oceano é modo mais eficaz de mitigar, enquanto ecossistemas como, florestas, pântanos, manguezais e turfeiras poderiam remover ou evitar 10 Gt de emissões de CO2/ano até 2050 equivalendo 25% das emissões anuais atuais, sendo perda da cobertura arbórea de 30 milhões de hectares em 2024, 2ª maior área registrada e aumento de 4,7% em relação a 2023, em que perdas florestais primárias tropicais e perdas relacionadas a incêndios atingiram recorde de 3,2 milhões de hectares contra 690 mil hectares em 2023, aumento de 370%. Globalmente 30% dos alimentos são perdidos ou desperdiçados e reduzir desperdício diminuiria significativamente emissões de gases efeito estufa, já que representa 8 a 10% das emissões globais, sendo que, políticas que incentivem dietas ricas em vegetais podem auxiliar desacelerar mudanças climáticas além de oferecer benefícios à saúde, segurança alimentar e biodiversidade. A mitigação associada à redução do consumo de carne é da ordem aproximada de 0,7 a 8,0 gigatoneladas de CO2 equivalente/ano até 2050, devendo em parte, ao fato das emissões de metano provenientes de vacas, ovelhas e demais ruminantes representarem metade das emissões de gases efeito estufa no campo, considerando que o consumo per capita de carne atingiu recorde em 2024 e, atualmente, são adicionados 500 mil ruminantes/semana ao rebanho. Estratégias de mitigação climática estão disponíveis, economicamente viáveis e necessárias, que poderão limitar o aquecimento, no entanto, a oportunidade se estreita.
Especialistas e cientistas tendem concordar que a meta de 2,7 ºC cada vez mais se afasta no horizonte, considerando que os últimos 10 anos foram os mais quentes registrados impulsionados por emissões de gases efeito estufa oriundos da queima de combustíveis fósseis, com o secretario-geral da ONU afirmando, “uma coisa está clara, não conseguiremos conter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC nos próximos anos”, concluindo que, “ultrapassagem desse limite é inevitável” com o relatório anual sobre Lacuna de Emissões concluindo que sem ação imediata e agressiva o mundo caminha aquecer entre 2,3 º e 2,8 º C ao longo deste século. O relatório observa que a saída norte americana do Acordo de Paris deve adicionar mais 0,18 ºC às projeções mais recentes de aquecimento, anulando, na prática, o pequeno ganho obtido desde 2024 e cada fração de grau de aquecimento significa mais perdas às pessoas e ecossistemas, custos mais elevados de adaptação e maior dependência de técnicas incertas à remover carbono da atmosfera, destacando a tecnologia para alcançar grandes reduções de emissões existe. A Califórnia investiu em renováveis, armazenamento em baterias e eletrificação de edifícios e veículos, estabeleceu metas de descarbonização e reduziu emissões de gases efeito estufa em 21% desde 2000, enquanto sua economia cresceu 81%, contribuiu à disseminação de tecnologia de ponta sendo que as normas de emissão de gases do estado foram cruciais para impulsionar montadoras em direção à veículos elétricos. Exigiu armazenamento de energia em baterias nas concessionárias de energia impulsionando mercado de baterias às redes elétricas, enquanto o programa de mercado de carbono com limite e comércio de emissões serviu de modelo à diversos locais do mundo, além de firmar acordos e parcerias subnacionais com regiões e países em questões como transporte limpo, redução da poluição, desenvolvimento de hidrogênio e energias renováveis, com destaque o memorando com a Comissão de Energia da Baixa California, México, focado em portos limpos, transporte com emissão zero e confiabilidade da rede elétrica, além de memorandos com províncias chinesas sobre redução da poluição e energia eólica offshore. Por fim, o Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndios mantém parcerias com vários países compartilhando recursos e práticas no manejo da vegetação e o combate a incêndios florestais.
Moral da Nota: a cada 5 anos, signatários do Acordo de Paris devem apresentar metas de emissões de gases efeito estufa estabelecidas que "mal fizeram diferença", conforme relatório da ONU, as apresentadas em 2025 estão longe de serem ambiciosas o suficiente. Rachel Cleetus, diretora sênior de políticas da organização sem fins lucrativos Union of Concerned Scientists, nos informa que, concentrar nas ações em nível estadual e regional tornou-se parte fundamental das conferências da COP, à medida que a discussão ganha urgência e se volta à implementação, concluindo que, “existe outra faceta dos EUA, temos atores subnacionais incluindo estados e cidades importantes e empresas com visão de futuro que mostram ao mundo que os norte americanos entendem o que é do interesse do país e global, combater as mudanças climáticas”. Por fim, vale a nota sobre a parceria entre a Califórnia e Quebec no mercado de carbono e com a Dinamarca, em tecnologia de monitoramento de águas subterrâneas utilizada pela Califórnia entre outros exemplos de iniciativas internacionais, além do programa 30x30 que busca conservar 30% das terras e águas costeiras do estado até 2030, remontam ao programa de Padrão Florestal Tropical de 2019 com diretrizes à créditos de carbono concedidos pela redução do desmatamento.